Margot Robbie conseguiu sua segunda indicação ao Oscar por seu papel em O Escândalo na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. O filme também conseguiu indicação em Melhor Cabelo e Maquiagem. Era Uma Vez em Hollywood, filme onde Margot interpreta Sharon Tate, saiu com 10 indicações, incluindo a de Melhor Filme. A atriz foi ao Instagram agradecer à Academia por sua indicação e enaltecer suas concorrentes.

Margot Robbie assim como todos nós não conseguiu deixar pra lá o relacionamento de Kayla e Jess em O Escândalo. Então, ela começou a mapear finais para sua personagem e contou para a Variety como eles seriam. Confira:

Para se preparar para um papel, Margot Robbie conta para a Variety que ela mergulha de cabeça nas pesquisas. No caso de sua personagem em O Escândalo, Kayla Pospsil, Robbie trabalhou no sotaque da Flórida, estudou os programas da Fox que ela assistiria, e criou uma conta no Twitter para seguir mulheres conservadoras. Ela trabalhou com um professor de atuação para traçar a jornada emocional de Kayla e um professor de movimentos para criar sua fisicalidade. E valeu a pena: Robbie foi indicada ao Golden Globes na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e também no Screen Actors Guild Awards.

Ainda assim, Kayla era uma quebra cabeça para Robbie. Mais do que tudo sobre ela, Robbie tentou entender a sexualidade fluida da personagem para que ela pudesse comunicar de forma crível a fala ”Oh, eu não sou lésbica!” logo após fazer sexo com uma mulher. No começo de O Escândalo, Kayla fica com Jess (Kate McKinnon), também produtora de Bill O’Reilly que é uma lésbica no armário – e, mais condenatório na Fox News – uma apoiadora secreta da Hillary Clinton.

”Ela acabou de dormir com uma mulher!” Robbie diz sobre a negação de Kayla, vinda diretamente da cama de Jess. ”Eu queria entregar essa fala de forma completamente verdadeira, sem ser irônica ou sarcástica.”

Jess protege Kayla no The O’Reilly Factor depois que a jovem produtora encontra a fúria de O’Reilly em sua primeira reunião. ”Você precisa adotar a mentalidade de um policial de rua irlandês,” Jess diz para Kayla. ”O mundo é um lugar ruim. As pessoas são idiotas preguiçosas. Minorias são criminosos. Sexo é doentio, mas interessante.”

O manta do O’Reilly, Jess diz que é: ”Amedrontar, excitar. Amedrontar, excitar. Amedrontar, excitar.”

Elas transam após ficarem bêbadas em um bar, quando Kayla nota o pôster da Hillary Clinton de Jess. ”Meus pais ficariam horrorizados se eu levasse uma democrata para casa,” Kayla diz.

Logo após essa cena – que não seria fora de lugar em uma comédia romântica – Roger Ailes (John Lithgow) começa a assediar e abusar sexualmente de Kayla, e o foco de O Escândalo começa a escurecer, mudando para a queda lenta de Ailes. Mas para uma investigadora obsessiva como Robbie, a questão sem resposta sobre a sexualidade da Kayla, esse ”grande aspecto de sua história e jornada emocional que fica sem ser resolvido – eu não consegui deixar pra lá.”

Ela começou a mapear o resto da vida da Kayla. Já que Robbie e McKinnon se deram bem imediatamente, Robbie diz que quando pensa sobre o que pode ter acontecido na vida da Kayla depois que os eventos de O Escândalo se concluem, uma das possibilidades é divertida: ”Eu secretamente quero um spinoff onde Kayla e Jess fazem uma viagem de carro com suas visões políticas opostas e seu romance no início.”

No entanto, mais realisticamente, ela vê a Kayla como alguém que “separa” sua atração por mulheres. ”E ela não vai reconhecer isso até que ela tenha uns 60 anos,” Robbie diz. De acordo com ela, Kayla irá casar com vários homens e terá filhos. Mas ela tem uma imagem clara em sua mente da ”mulher pela qual ela os deixa.”

Robbie diz que ela contou ao diretor Jay Roach que ficar com uma mulher será o final de Kayla.

”Sim! Jay provavelmente ficou um pouco surpreso, mas se divertiu com isso, tenho certeza,” Robbie diz. ”Eu fiquei tipo, ‘Eu sei que isso não aparece no filme, eu só preciso saber o que acontece com a Kayla.’”
”Um personagem sempre começa como uma frase na página,” Robbie continua. ”E então no final, ela se torna uma pessoa tão real para mim.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

A revista W lançou hoje seu podcast chamado Five Things with Lynn Hirschberg, onde os convidados compartilham cinco coisas que tiveram impacto em suas vidas com a editora chefe da revista e a Margot foi a primeira convidada. Ouça o podcast clicando aqui e leia abaixo os destaques da conversa:

Uma pessoa que mudou sua vida: “A primeira pessoa que vem na minha mente, e não sei o motivo, é minha tia. Ela talvez seja minha pessoa favorita no mundo. Obviamente eu adoro a minha mãe e muitas pessoas na minha vida, mas minha tia é alguém especial. Ela tem uma risada ótima, daquelas que te faz rir junto e eu amo isso. Ela sempre está com um cigarro e uma bebida típica de Queensland e lembro sempre dela sentada fazendo palavras cruzadas com seu cigarro e bebida, e eu sentava para fazer palavras cruzadas com ela. Eu não sei, ela é apenas a melhor. Todo dia às 17h ela come cream cracker com queijo e ela é a melhor pessoa que eu conheço. Ela mora em Dalby e eu morava em Queensland, eram três horas de distância de carro. Recentemente, eu levei ela e meu tio para Londres para a premiere de Once Upon a Time in Hollywood e eles chegaram às 6 da manhã e às 7h ela estava no balcão com sua bebida e ela levou palavras cruzadas para fazermos. Em todos esses anos nada mudou. Ela continua a mesma.”

“Minha família provavelmente sabia que eu seria atriz porque eu era muito performática quando era criança. Eu assistia os mesmos filmes e vídeos e reencenava eles. Meus favoritos eram vários da Goldie Hawn, O Quinto Elemento e A Louca! Louca História de Robin Hood.”

Um lugar que significa muito para você: “A varanda da casa onde eu cresci. Éramos muitos na casa que não era muito grande, então eu sentava na varanda com meu copo de chá e fazia meu dever de casa. Eu fazia meu dever de casa em um árvore! Eu fazia sempre do lado de fora, dava pra ver o oceano e as montanhas. Era tão lindo.”

Você prefere a natureza ou a cidade? “Natureza, com certeza. Mas eu amei ficar na cidade quando eu me mudei para os Estados Unidos e fiz uma série chamada Pan Am…”
Lynn Hirschberg: “E você reprisa o papel em Once Upon a Time in Hollywood.”
“Sim! Quentin assistiu todos os meus trabalhos antes de me conhecer. Até Neighbours e Pan Am.”
Lynn Hirschberg: “Até seus screen tests para a W. Ele me ligou e disse que são muito bons.”
“Ele assistiu vários episódios de Neighbours e eu fiz ‘Ai, Deus. Por favor, me dê o papel mesmo assim!’ porque eu não era muito boa na época. Tem uma pequena cena de uma aeromoça da Pan Am em Once Upon a Time in Hollywood e sou eu. Você não vê meu rosto, só minhas mãos, e acho que estou fazendo uma Bloody Mary pro Leo. Foi divertido.”

“Eu também tenho essa casa na árvore… Bom, não é minha, é emprestada. Não quero dizer onde é porque é meu lugar secreto. É muito pequena e bem alta no meio de um país da Europa.”

Um objeto que significa muito para você: “Meu coelho que eu tenho desde que nasci. Eu ainda durmo com ele.”
Lynn Hirschberg: “Qual o nome do seu coelho?”
“Coelho. Está meio sujo agora e sempre que minha mãe vem me visitar dá um banho nele e costura onde precisa. O Tom sempre joga pra fora da cama porque ele acha ridículo que ainda durmo com ele, ou ele está com ciúmes porque o Coelho tem mais espaço na cama do que ele.”

“A Belle destrói tudo! Ela quase chegou perto do Coelho uma vez e eu surtei. Ela ia comer em minutos. Ela consegue comer pedra, consegue comer qualquer coisa.”

Dois momentos da sua vida que significou algo para você: “Quando eu descobri que o Papai Noel, a Fada do Dente e o Coelho da Páscoa não eram reais. Eu acho que eu tinha 8 anos e alguém falou na escola e eu cheguei em casa e perguntei pra minha mãe e ela confirmou que eles não eram reais e foi tipo um efeito dominó. E então eu cai na real e eu fiquei sentada pensando que os adultos eram diabólicos, até que ponto eles chegam pra mentir… Eu acho que foi pela primeira vez que pensei em não acreditar em tudo que eu ouvir, porque adultos mentem.”

“O Oscar foi provavelmente um dos melhores momentos da minha vida. Quando Frances McDormand ganhou, e estávamos concorrendo na mesma categoria, e ela pediu para nos levantarmos e foi muito legal. Me senti melhor do que se estivesse ganhado.”

Sobre Nicole Kidman em Bombshell: “Eu lembro de pensar, ‘Puta merda, é por isso que ela é a Nicole Kidman. No segundo que eles disseram ação, ela se tornou essa presença louca. Eu não conseguia tirar meus olhos dela. Tudo o que ela dizia, mesmo que não fosse uma fala profunda, de repente se tornava poderoso. E eu ficava ‘Uau’. Foi tão legal ver em primeira mão. Eu lembro de pensar, ‘Ok, entendo. Entendo o motivo dela ser quem é, porque isso é mágico.”

Sobre Charlize Theron em Bombshell: “Minha outra cena pesada que estou no telefone com a personagem da Kate McKinnon é muito emocionante e eu tenho uma crise nesse momento, mas a Kate precisou voltar para o SNL e eles tinham filmado a parte dela no dia anterior.”
“A Charlize não estava trabalhando nesse dia. Era dez horas da noite, na noite anterior à Ação de Graças, e ela tem filhos e tal. Ela foi para o set e fez o diálogo fora da câmera para mim para que eu conseguisse fazer a cena. Eu pensei ‘Que mulher.’ E ela estava dando tudo de si, não estava só lendo as falas, ela estava na cena comigo e eu fiquei muito impressionada com isso.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot Robbie participou do podcast da revista virtual Movie Maker onde falou sobre Bombshell e seus trabalhos anteriores. Clique aqui para ouvir e confira abaixo os destaques da entrevista:

Sobre Bombshell: “Quando eu aceito um projeto, geralmente é pelo personagem primeiro e depois olho para o resto. Nesse caso, eu assinei pela mensagem do filme e depois voltei e fiquei pensando quem era a Kayla e como eu iria interpretá-la. Eu não entendo ela de jeito nenhum. E eu não tinha muita experiência pessoal porque não cresci nos Estados Unidos, minha família não assistia a Fox News, eu não entendia o ponto de vista político dela. Para seu ponto de vista político, eu pesquisei muito e comecei uma conta falsa no Twitter e segui várias meninas conservadoras que são extremamente vocais nessa rede social, e isso ajudou muito. E sobre sua jornada emocional já estava mapeada. Não foi difícil me colocar no lugar dela e entender como me sentiria ou reagiria naquela situação.”

“Eu acho que o personagem se torna real para mim quando eu atuo com outros atores. Eu dependo completamente dos meus colegas de elenco quando se trata de construir um personagem porque o jeito que eles interpretam os deles afeta o meu. Eu tive muita sorte de trabalhar com os atores que trabalhei, mas sou particularmente grata obviamente por estar em uma cena com Nicole Kidman, Charlize Theron e John Lithgow. Mas eu também passei muito tempo com Kate McKinnon e eu realmente encontrei a Kayla nas minhas interações com a Kate. Ela é tão fantástica e nos demos bem imediatamente, nossas personalidades combinaram. A Kayla obviamente tem uma jornada extremamente perturbadora e desconfortável, mas também tem muita alegria, risadas e diversão nesses momentos com a personagem da Kate e foi onde ela se tornou real para mim.”

Sobre sotaques: “As pessoas não ficam mais impressionadas com isso. Eu ganhei muito crédito depois de O Lobo de Wall Street porque as pessoas achavam que eu era do Brooklyn. Eu deveria lembrá-los… Honestamente, isso é tão integral no meu processo atual, eu nem sei se eu conseguiria atuar com sotaque australiano. Eu acho tão estranho. Já me ofereceram a oportunidade antes mas eu estou tão enferrujada porque não faço isso tem tanto tempo, nem sei se consigo mais. Eu acho mais fácil improvisar com um sotaque diferente porque me distancio do personagem. Tudo o que eu puder fazer para me distanciar do personagem me ajuda muito, por isso amo quando o personagem não se parece comigo.”

Sobre trabalhos antigos: “Eu trabalhei no Subway antes de me mudar para Melbourne. Eu trabalhava em uma loja de surf, trabalhava de faxineira e no Subway enquanto estava terminando meu último ano no ensino médio. Um mês depois que me formei, consegui o trabalho em Neighbours e pedi demissão do Subway e eu lembro de 6 meses depois o Subway me pagou para fazer um comercial para eles.”

Conselho para quem quer atuar e produzir: “Vá em frente. Eles funcionam juntos lindamente. Eu costumava falar que esperava que meu papel como atriz não fosse prejudicado pelo de produtora e vice versa. Mas hoje eu acho que sou melhor nas duas coisas porque estou fazendo os dois. Eu perguntei para a Tina Fey em Whiskey, Tango, Foxtrot como era fazer os dois e ela disse que era como um casamento: se você se preparou antes, você pode aproveitar o dia. E eu levei isso no meu coração.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil