Confira as fotos da premiere de I, Tonya em Londres:

Margot Robbie conversou com o The New York Times durante a divulgação de I, Tonya em novembro e a atriz defendeu a quebra da quarta parede durante as cenas de violência e explicou por que acharam o método necessário. Confira:

Margot Robbie adorou o roteiro de I, Tonya, a loucura, o filme sobre a patinadora Tonya Harding e o ataque na rival Nancy Kerrigan em 1944.

Mas a atriz temeu que ninguém iria deixá-la interpretar o papel principal, pelo menos por que a Srta. Robbie é australiana. “Eu sempre tenho uma síndrome de impostora com qualquer uma das minhas personagens,” ela me disse em uma entrevista em Nova York em novembro. Srta Robbie acabou servindo como produtora para o filme e, é claro, fazendo uma performance que deu a ela uma indicação ao Oscar, a sua primeira, em Melhor Atriz.

Srta Robbie também compartilhou seus pensamentos no escândalo de 94 e as críticas sobre a representação do filme com a violência doméstica.

Acho que não tinha muito gelo onde você cresceu.
Definitivamente sem gelo. Eu não patinei no gelo na infância. Quando eu me mudei para a América, eu entrei em um time de hockey no gelo, porque eu amava The Mighty Ducks quando eu era pequena e eu sempre quis jogar hockey no gelo.

Você foi do zero para hockey?
Resumindo, eu estava só correndo no gelo de patins. Mas eu tinha muita proteção. Eu não sabia como parar ou algo assim, então eu saltava em outro jogador, ou na barreira, ou no gelo para parar. Esse era meu conhecimento em patinação no gelo até aparecer o filme e os treinos começarem. E isso foi quando eu coloquei meus patins, que eu descobri que são muito diferentes dos patins de hockey.

Você fez dança ou ginástica na infância?
Eu fiz ballet dos 5 aos 15. Isso ajudou bastante, na verdade. A parte assustadora foi a parte do gelo. Eu tinha que parecer como uma patinadora talentosa. A primeira vez que eu fui dar um chute alto no gelo, eu caí para trás e fiquei sem fôlego. Felizmente, nós tínhamos uma coreógrafa incrível, Sarah Kawahara. Ela era coreógrafa da Nancy [Kerrigan] anos atrás. Eu ficava me desculpando, “Sinto muito que você está presa comigo,” tipo, “Isso deve ser muito frustrante.”

Você tinha ouvido falar da Tonya Harding na época?
Eu tinha quatro anos, então eu perdi totalmente. Mas uma vez que eu mergulhei na história, fiquei fascinada. Eu meio que entendi por que todos estavam tão encantados por isso o tempo todo. Sempre houve um apetite para o escândalo, mas esse foi um evento que atingiu o topo e se formou esse fenômeno global. Colocaram uma mulher contra a outra, categorizaram pessoas em pequenas entrevistas e manchetes chamativas. Eu acho que teria sido particularmente traumatizante passar por isso vindo da onde ela veio, sem ter um sistema de apoio ou recursos financeiros para se proteger.

Ela era a vilã.
Não foi justo com a Nancy também. Ela foi pintada como a rainha puritana do gelo. Ela veio de uma família simples. No final do dia, as duas eram atletas. Todos comentavam sobre suas aparências. Não, não é sobre suas aparências. Elas são atletas, não são modelos.

Mas isso importava no mundo da patinação.
Isso importava, e uma grande parte da nossa história é que a Tonya não se encaixava. Ela não era a imagem que o mundo da patinação queria como o rosto da patinação artística americana. Ela estava sempre buscando validação, sempre buscando afeição e amor, seja da sua mãe, seu marido, da mídia, do público, da associação de patinação, outros patinadores, quem quer que seja. É trágico que ela não conseguiu.

Você passou muito tempo com ela?
Eu a conheci duas semanas antes de começarmos a filmar. Eu enrolei até esse ponto. Eu queria fazer toda a preparação para a personagem antes de conhecê-la. Há tantos vídeos dela. Eu provavelmente não fiz nada além de assistir vídeos de entrevistas dela por seis meses. Eu coloquei no meu iPod, e eu ia dormir escutando a voz dela.

Foi estranho conhecê-la?
Não, ela foi muito compreensiva. Craig Gillespie, o diretor, e eu queríamos dizer, “É estranho que estamos fazendo um filme meio que da sua vida, mas meio que não é.” Não é uma biografia tradicional, e não é um documentário, isso é um filme. Eu queria dizer para ela, “Eu espero que você entenda que estou interpretando uma personagem. E na minha mente você e a personagem são totalmente diferentes.” Ela foi ótima. Se eu estivesse na posição dela, eu teria surtado. Ela disse, “Eu entendo que vocês precisam fazer o que precisam fazer.” Ela estava mais preocupada com os treinos e se eu precisava de ajuda. Ela foi muito gentil e compreensiva.

Uma crítica foi que a violência foi minimizada, de um jeito meio Tarantino, quase deixando isso leve.
Eu sou uma grande fã do Tarantino e eu já ouvi ele descrever sua violência como violência sensacionalista. Isso não é o que fizemos. Craig teve a brilhante ideia de quebrar a quarta parede nesses momentos específico para que você possa vê-la se desconectar emocionalmente do que estava acontecendo fisicamente com ela na época. Algo que me marcou quando eu estava assistindo aos vídeos foi o documentário feito sobre ela quando ela tinha 15 anos. Ela é muito sincera, vulnerável e insegura. Ela está olhando para a câmera dizendo, “Minha mãe é alcoólatra, e ela me bate e me espanca.” A pior coisa sobre um relacionamento abusivo é o ciclo vicioso. E você vê ela voltar para o marido o tempo todo. Nós queríamos enfatizar que isso é um ciclo e é uma rotina para ela, porque é o que aconteceu durante toda a sua vida. Ela pode se desconectar emocionalmente naquele momento e falar com o público, completamente com naturalidade.

Você pode dizer qual a sua teoria sobre o que realmente aconteceu?
No meio do projeto nós paramos com esse debate. O ponto é que todos temos nossa própria verdade. E verdade e realidade não andam necessariamente de mãos dadas. As pessoas dizem para elas mesmas que algo aconteceu de um certo modo para que elas possam viver com isso. Eu me importei muito mais com sua criação e sua vida, e em minha opinião, o quanto ela foi tratada de forma injusta. Não importa o que você acredita que aconteceu, eu não acho que ela tenha merecido a punição que ela recebeu.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot Robbie recebeu sua primeira indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz por seu papel como Tonya Harding em I, Tonya. Allison Janney também recebeu indicação por seu papel como LaVona Golden na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e I, Tonya recebeu indicação na categoria Melhor Edição.

Margot Robbie e Allison Janney irão dividir o prêmio Outstanding Performer of the Year no Santa Barbara Film Festival em fevereiro. Confira o anúncio:

Margot Robbie e Allison Janney, as estrelas da dramédia aclamada de Craig Gillespie I, Tonya (onde Robbie também serviu como produtora), foram escolhidas para dividir o prêmio Outstanding Performer of the Year na edição de 2018 do Festival de Santa Barbara. É somente a terceira vez que o prêmio será compartilhado.

A cerimônia acontecerá no histórico Teatro Arlington em Santa Barbara no dia 8 de fevereiro como parte da 33ª edição do festival. O festival acontecerá do dia 31 de janeiro ao dia 10 de fevereiro.

“Allison e Margot trazem um humor ousado e ressonância emocional para personagens da vida real em I, Tonya,” o diretor do SBIFF, Roger Durling disse no anúncio. “Estamos orgulhosos de celebrá-las e celebrar suas incríveis contribuições ao cinema.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil