Em um artigo para a revista Entertainment Weekly, o elenco de I, Tonya junto com o diretor e roteirista do filme comentou se eles acham que o filme conta a verdade sobre o que aconteceu nas Olimpíadas de 1994, quando Nancy Kerrigan foi atacada a mando de Jeff Gillooly, ex marido de Tonya Harding. Confira:

Estamos sentados no oitavo andar de um prédio empresarial em Manhattan, e Allison Janney está prestes a me contar o que ela realmente pensa sobre a patinadora olímpica Tonya Harding. Mais de 20 anos atrás, um ataque na competidora de Harding, Nancy Kerrigan acusou Harding e começou uma loucura da mídia que agitou as Olimpíadas de 1994 e refinou as éticas do esporte. A atriz, que interpreta a mãe de língua afiada de Harding em I, Tonya, pensa que Harding participou do incidente?

O que ela acredita ser a verdade?

Mas assim que Janney abre sua boca, o alarme de incêndio do prédio dispara. “Bom!” Janney diz, sorrindo. “Talvez a gente deva ir.”

Talvez devêssemos. Porque o que quer que Janney – ou qualquer pessoa – sinta sobre Harding, esse filme está prestes a mudar. O drama de humor negro do diretor Craig Gillespie e do roteirista Steven Rogers conta a jornada de Harding (Margot Robbie) de prodígio da patinação para olímpica desacreditada de múltiplas perspectivas – porque, como Robbie declara no filme, “não existe verdade.”

Mas existe a realidade. E na realidade, um homem é contratado pelo ex marido de Harding, Jeff Gillooly, e seu segurança Shawn Eckardt para atingir o joelho de Nancy Kerrigan no dia 6 de janeiro de 1994, semanas antes das Olímpiadas de Inverno em Lillehammer, Noruega. Os homens foram presos por um tempo. Harding, após ser declarada culpada por impedir a investigação, recebeu uma proibição vitalícia da patinação competitiva.

I, Tonya detalha tudo isso. Os atores encenaram meticulosamente o incidente e as primeiras entrevistas após o ocorrido. Robbie usa réplicas exatas das roupas de Harding usava no gelo. Janney performa com um pássaro caseiro no seu ombro, assim como a mãe de Harding, LaVona Golden, fez para uma aparição na TV. O filme atinge um ritmo ainda maior e absurdo: o cadarço quebrado de Harding nas Olimpíadas. Sua conferência de imprensa expressando simpatia por Kerrigan. O papel amassado que o FBI encontrou com a letra de Harding, dizendo o lugar e hora que Kerrigan treinava.

A única coisa que o filme evita, notavelmente, é o lado da história de Kerrigan. Interpretada por Caitlin Carver, Kerrigan aparece apenas em duas cenas e fala um único: “‘Por queeee?” Rogers diz que ele escolheu bem cedo minimizar a perspectiva de Kerrigan. Após assistir o documentário de 2014 da ESPN sobre a saga, ele percebeu que queria escrever sobre Harding e somente ela. “Não é I, Nancy. É I, Tonya,” ele diz. “Nada contra Nancy Kerrigan, mas eu queria contar a história das pessoas que potencialmente acharam que o ataque era uma boa ideia.”

A história foca em Harding, obviamente, e Gillooly. (Eckardt morreu em 2007.) Rogers rastreou os dois em Oregon, onde ele conduziu duas horas de entrevistas separadas. Após notar o quão contraditória as histórias eram, ele moldou seu roteiro por suas declarações conflitantes, alternando cenas entre os pontos de vista de Harding e Gillooly e entrevistas atuais recriadas para adicionar contexto. Algumas vezes, os personagens até quebram a quarta parede no meio da cena para informar ao público se algo de sua memória aconteceu. “A história é um disse-me-disse, o que tem sido o caso por 23 anos agora, então o livro de regras voou pela janela,” Gillespie diz. “Estamos vendo histórias que realmente estão sendo negadas no meio das cenas. Fica muito complicado.”

Suas estrelas certamente pensam isso. “Foi muito difícil interpretar uma cena onde era a visão do Jeff sobre o ocorrido,” diz Robbie, que atua ao lado de Sebastian Stan como Gillooly. “Isso levou a muitas discussões entre Sebastian e eu.” Discussões de brincadeira, Stan esclarece. “Nós olhávamos um para o outro tipo, ‘Oh, Jesus, no que nos tornamos?'”

Dois atores que passaram muito tempo na cabeça de seus personagem, é isso. Robbie e Stan encontraram seus assuntos reais, mas enquanto Stan encontrou Gillooly para estudar suas maneiras – “Eu queria ver como ele era quando ele sorria,” – Robbie optou por não conhecer Harding até terminar de desenvolver o papel por conta própria. Ela assistiu horas de filmagem de Harding em fases diferentes de sua vida. “Levou meses, porque sempre que eu achava que tinha visto tudo, eu procurava um pouco mais e achava mais coisa,” Robbie diz. “Ver sua vulnerabilidade quando ela era jovem, sua rebeldia no começo dos seus 20 anos, sua defesa após o incidente, e então sua amargura foi um arco incrível de mapear.”

Janney nunca conheceu a verdadeira LaVona – Rogers não conseguiu achá-la, Janney diz, e Harding não sabia onde ela estava – então ela montou a personagem a partir das poucas entrevistas que LaVona fez. “O fato de que ela fez uma entrevista em um casaco de pele falou muito comigo sobre quem ela era e como ela queria ser vista,” Janney diz. “Eu vi muita mágoa, e eu percebi que eu não precisava conhecê-la. LaVona iria me confundir mais ainda se eu tivesse a conhecido.”

Por suas partes, Gillespie e Rogers fizeram questão de documentar a fonte de cada pedaço de informação no filme. E se uma memória fosse contestada, um personagem iria dizer. “Eu estava muito, muito preocupado em cometer erros com os fatos,” Rogers diz. “Tudo era vetado pelos advogados. Eu tive que mostrar toda a pesquisa, todos os documentários, todos os artigos, e então reforçar isso com mais.” Gillespie adiciona:“O roteiro de Steven era minha Bíblia. Eu falava com ele, ‘Isso aconteceu?’ E a resposta realmente era ‘É o que a Tonya disse.'”

Se I, Tonya conta a versão que é verdadeira no sentido absoluto da palavra, no entanto, é difícil dizer. Até mesmo para as pessoas que fizeram o filme. “É 100 por cento exato com a verdade, com a verdade da Tonya, com a verdade do Jeff,” diz Robbie. “Cada cena é algo que eles dizem ter acontecido. Tudo. Mas o quão perto da realidade é isso?” Ela ri. “Nós nunca saberemos. Digo, eu não faço ideia.”

Nem Janney. Depois que o alarme de incêndio para, ela oferece uma resposta diplomática. “Eu gosto de acreditar que Tonya não teve muito a ver com o que a mídia achava dela,” ela diz. “É isso que eu gosto de pensar.” Mas essa é a verdade dela. Não precisa ser a sua.

Fonte | Tradução e Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot concedeu uma entrevista para o site Yahoo Entertainment sobre seu novo filme I, Tonya e ela fala sobre Tonya Harding ser uma vilã ou heroína. Confira:

Margot Robbie adotou uma abordagem bem moderada para interpretar a patinadora Tonya Harding no novo filme muito elogiado, I, Tonya. A atriz australiana de 27 anos deixou claro para seu assunto da vida real que ela estava interpretando uma personagem, não a Harding verdadeira, que foi banida do esporte em 1994 após sua associação com o ataque na rival Nancy Kerrigan.

“Na minha mente, há uma grande diferença entre ela e a personagem, Robbie contou ao Yahoo Entertainment. “Então eu precisava de liberdade no set para deixar essa personagem fazer o seu trabalho, e eu não queria segurá-la. E Tonya entendeu isso.”

Robbie, mais conhecida por seu papel de estreia em O Lobo de Wall Street e por interpretar a anti heroína Harley Quinn em Esquadrão Suicida, não julga rapidamente Harding por seu papel no ataque e seu lugar na cultura pop.

“Nós nunca dissemos apenas uma coisa, nós só queríamos mostrá-la como pessoa, realmente,” Robbie disse. “Ela não é a vítima, ela também não é a vilã. Ela é uma pessoa. E ser uma pessoa significa que há coisas boas e ruins em você, e você comete erros.”

Allison Janney, que interpreta a mãe de Harding, LaVona Golden, acha que o filme vai balançar as opiniões do público. “Eu acho que o filme dá uma outra forma para seu legado. Eu acho que as pessoas vão sair do cinema sentindo mais empatia por Tonya Harding,” ela disse. “Eu acho que ela foi injustiçada.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Na manhã de segunda feira, Margot Robbie recebeu sua primeira indicação ao Golden Globes por seu papel como Tonya Harding em I, Tonya e o site EW conversou brevemente com a atriz pouco tempo depois de sua indicação. Confira:

Margot Robbie encontrou Tonya Harding várias vezes enquanto estrelou e produziu I, Tonya, mas ela ainda não soube exatamente o que ela achou de sua performance.

“Eu acho que eu fiquei com muito medo de perguntar seus pensamentos sinceros sobre o filme,” a atriz admite. “Eu perguntei coisas como, ‘Nós fizemos essa parte certa?’ E ela disse que estava incrivelmente no ponto com suas memórias.”

Mesmo que Harding não tenha dado uma crítica para Robbie, a Hollywood Foreign Press Association certamente pensou que ela era merecedora, indicando-a para um Golden Globe na categoria Melhor Atriz em Musical ou Comédia. Robbie e a equipe de I, Tonya comemoraram imediatamente na manhã de segunda feira após descobrirem que o filme conseguiu três indicações no total – para Robbie, a parceira de cena Allison Janney na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante, e o filme por Melhor Musical ou Comédia – criando uma corrente de mensagem de texto que deixou o celular dela “explodindo”.

Nós começamos a ligar um para o outro assim que descobrimos,” ela diz. “Eu nunca fui parte desse tipo de conversa, então é muito louco, de verdade. Eu nem sei o que dizer.”

E, Robbie adiciona, é um pouco estranho ver o filme – uma comédia de humor negro e drama irônico – forçado em uma categoria para musicais e comédias. (Os Golden Globes possuem história em indicar filmes que nos fazem levantar a sobrancelha nessa categoria.) “É difícil classificar nosso filme em um gênero específico,” ela explica. “Realmente não entra em somente uma categoria, mas existem momentos engraçados, então eu entendo o motivo.”

Ainda assim, a inclusão de I, Tonya nas conversas das premiações poderia trazer algum material humorístico. Afinal de contas, Robbie agora possui quatro rivais na, se você permitir, a corrida pelo ouro – mas por enquanto, ela não vai fazer nenhum trocadilho sobre suas oponentes. “Há tantas piadas boas e ruins para fazer nesse momento, mas…” ela desconversa, rindo. “Eu não vou fazer nenhuma.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Durante uma entrevista com o site Collider, o parceiro de cena da Margot em I, Tonya, Sebastian Stan, comentou sobre como foi trabalhar ao lado da atriz no novo filme. Confira:

O relacionamento entre Tonya Harding e Jeff Gillooly é muito intenso e violento, em certos momentos. Como foi ter Margot Robbie passando por isso ao seu lado?
Eu não poderia pedir por uma parceira de cena melhor. Eu realmente gostei de trabalhar com ela. Eu acho que ela trouxe o que há de melhor em mim, e eu gosto de pensar que trouxemos o melhor um do outro. Há muita confiança aqui. Eu sabia que Margot estava se sentindo bem sobre levar o filme para onde ela precisava ir. Se precisássemos improvisar em algum lugar, nos podíamos. Se precisássemos aumentar o volume na violência, nós podíamos. Se precisássemos encontrar o humor nisso, nós podíamos. Era um diálogo muito aberto e uma comunicação contínua entre nós, o que foi importante.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil