I, Tonya foi exibido ontem no TIFF e os críticos mostraram suas reações super positivas para o filme via Twitter e agora trazemos as críticas completas postadas em sites importantes de cinema. Confira:

CONTÉM SPOILERS

The Wrap

“E essa é a p*rra da verdade.” Isso é uma fala de Margot Robbie como Tonya Harding em I, Tonya de Craig Gillespie, um filme delirante e engraçado que revisita o famoso escândalo olímpico, que teve sua estreia em Toronto na noite de sexta.

Em 1994, a patinadora auto-rotulada de “caipira” estava envolvida em um incidente internacional quando seu ex marido Jeff Gillooly conspirou para ferir a maior competidora de Harding no ouro olímpico, Nancy Kerrigan.

A briga levou Harding a ser banida para sempre da patinação e se tornar uma figura notável no auge das celebridades e notícias de 24 horas.

A fonte não é necessariamente a verdade, como disseram para o público que o filme era baseado em “entrevistas especulativas e sem ironia” com Harding e Gillooly.

Nós conhecemos a “lixo branco Tonya” aos 3 anos, e sua mãe, LaVona Golden, marchando com ela para uma pista de patinação no gelo (com o cigarro na mão) exigindo treinamento de profissional para sua filha prodígio imediatamente.

O abuso de Janney trouxe o cinema em Toronto a baixo. De verdade, sua LaVona é despreocupada, verbalmente e fisicamente abusiva, mas ela também é de alguma forma uma garçonete determinada a “fazer minha filha uma campeã.”

O Sr. Harding cai fora, deixando a patinação o único ticket de Tonya para fora de sua infância pobre. Avançamos para os 15 anos e Harding se apaixonando por Gillooly, com quem ela irá casar e se divorciar mais tarde.

Robbie então leva Tonya para seus 20 anos, e em entrevistas até os 40, o marca um longo arco de transformação. Vamos ser honestos, quem poderia imaginar a deslumbrante Robbie como a estranha Harding de 1,56m, especialmente aos 40? Mas a atriz e produtora consegue fazer isso como um axel triplo (com ajuda de próteses e enchimento corporal).

As cenas de violência doméstica do casamento de Harding são chocantes, mas filmadas rapidamente com coreografia de viode game para que não demorem muito. Para completar o abuso físico, Gillooly também iria arquitetar a batida em Kerrigan (pouco visível nesse filme), apesar de nenhum personagem nessa fábula americana ter a inteligência de fazer isso.

O que é mais interessante é a ascensão de Harding em um sistema que a odeia: Os jurados de patinação recusam seu uso de música de rock para as performances, seus trajes feitos em casa (quando criança, Tonya faz um casaco de pele de coelho que ela mata com uma arma) e sua boca sua. Mas ela persiste e ganha.

O filme exige participação do público ao quebrar a quarta parede repetidamente. Robbie traz um temperamento que não vimos em seus trabalhos anteriores, e isso ilumina a atleta desastrosa já esquecida.

Um epílogo na tela diz que Tonya agora constrói e restaura decks em Michigan. Ficaremos com a palavra deles de que essa é a p*rra da verdade.

Variety

‘I, Tonya’, um refrão na saga de Tonya Harding estrelando Margot Robbie como a famosa patinadora que o mundo inteiro decidiu amar odiar, é um filme original, de oportunidades, e maravilhosamente divertido. É feito como um falso documentário (começa com os personagens sendo entrevistados 20 anos depois), e tem um tom divertido que sugere um filme biográfico feito pelos irmãos Coen. O filme revela o terror cômico que aconteceu durante as Olimpíadas de Inverno de 1994 em Lillehammer – o joelho quebrado de Nancy Kerrigan e todo o esquema que era ainda mais quebrado.

Por um tempo, você pode pensar que I, Tonya é uma piada: uma boa paródia de Tabloid Nation. É isso, mas também é construído em algo afiado e sincero: a performance sagaz, viva e profundamente simpática de Margot Robbie. No caso de dúvida (alguns podem dizer “Quem diria?”), ela é uma grande atriz. Ela interpreta Tonya como uma princesa do lixo que não tem nada além de sua paixão por patinação, e que foi abusada pela vida que é seu karma abusar de volta.

O fato do filme ter escolhido uma pessoa de notoriedade tão brega como sua heroína soa como o auge da ironia dramática. Mas Tonya Harding foi, e é, uma patinadora cujo sonhos inocentes a tornaram uma pária, e sua história – sua verdadeira história – tem mais camadas do que você pensa. Desde os anos 70, os filmes americanos são cheios de bandidos e sociopatas que fazem todo tipo de coisas indignas e indescritíveis, mas quase todos são homens, e até mesmo o seu pior comportamento é levado à luz como um espelho da nossa própria escuridão. I, Tonya em seu jeito leve e impermeável apresenta Tonya Harding como a herdeira de todos esses modelos de desinteresse. Já era hora de termos nossa heroína de classe baixa para torcer, e esse é o filme.

É uma explosão séria, com um enredo que faz zig zag (mas somente porque gruda, sem razão, aos fatos), e um elenco de personagens que são tão excêntricos que talvez ninguém tenha sonhado com eles. Quando Tonya tem três anos, ela é levada para uma aula de patinação em sua cidade natal, Portland, Oregon, por sua mãe garçonete, LaVona (Allison Janney), que é realmente um monstro. Ela empurra a pequena no gelo, onde Tonya está feliz, mas essa mãe não para de empurrar, e o terror disso é que cada pensamento que ela tem é um chicote de energia negativa.

Quando Robbie toma o papel, ela parece um pouco mais bonita do que a verdadeira Tonya Harding, que tem um sorriso neurótico, mas ela arrasa na insegurança esquisita de Tonya e a liberdade que ela sente no gelo. Robbie fez algumas cenas de patinação e foram filmadas com emoção. Em uma, Tonya aparece em um traje roxo com saia branca que parece feito de algum carro de esporte personalizado e ela é original – um espírito rock ‘n’ roll. Seu grande feito, é claro, é o axel triplo: um giro incrivelmente estendido no ar que nenhuma outra patinadora tentaria. Quando ela está lá, ela está voando – ela transcende sua identidade como estranha/vítima.

Parte do drama do filme – quase sua moralidade – é que Tonya, apesar de ser uma patinadora de grande sucesso que começa a competir em campeonatos nacionais recebe notas menores do que as que ela merece, e os jurados, em vários momentos, admitem que é por causa de outros fatores além da patinação – o que eles chamam de “apresentação”. Mas isso é apenas um código para convencionalidade, por querer vender uma imagem homogeneizada da América no nível Olímpico. Não tem nada a ver com o que deveria – patinação – e isso dá a Tonya uma série de rebeldias.

Esse é o lado bom de seu desprezo pela respeitabilidade. O lado ruim é que ela se apaixona por Jeff Gillooly (Sebastian Stan), um perdedor com um bigode de pescador que é legal o bastante com Tonya – quando ele não está dando socos em seu rosto. O relacionamento deles não é retratado como um daqueles onde o abusador mantém o abusado por baixo de seu dedo ao ameaçá-lo. Sebastian Stan faz Jeff um caipira malvado, e Tonya, não importa quantas vezes apanhe, simplesmente não o para; ela casa com ele, separa, e continua voltando. O filme é afiado o bastante para sugerir que ela sente o eco do ódio de sua mãe em cada tapa, e ela não consegue desistir. Ela é viciada no que ela pensa que merece.

Quando as Olimpíadas se aproximam, Jeff fala com Shawn (Paul Walter) para montar um esquema para mandar cartas para Nancy Kerrigan a fim de intimidá-la. Quando as ordens chegam na última pessoa, como um telefone sem fio, sai como: Atinja Nancy no joelho! Não há um significado maior para o que o filme chama de “o incidente”. Só… acontece.

Tonya Harding não teve quase nada a ver com isso, mas o ataque em Nancy Kerrigan aconteceu nos palcos da mídia global como uma explosão de seu ressentimento e insegurança, que era muito real. E ela pagou o preço. Ela teve muito mais do que 15 minutos de fama. Ela viu sua vida reduzida a um acontecimento, e assim que tudo passou pela corte, ela foi banida da patinação para sempre. (Eu duvido que isso seja legal: É apenas vingança.) Em um dos momentos mais pitorescos de I, Tonya, Tonya senta na cozinha durante sua entrevista e confessa que ela cresceu sendo abusada, então encontrou um marido abusivo, e então encontrou o maior de todos os abusadores: todos nós. Ela se tornou nosso saco de pancadas. Mas I, Tonya a faz retornar para o que ela sempre foi: uma grande patinadora, e um ser humano com um sonho que ela não desistiria até ser tirado dela pelo mundo.

Uproxx

Acontece que, Margot Robbie faz uma fantástica Tonya Harding: I, Tonya é agora o queridinho do Toronto International Film Festival. (E agora é o título mais quente sem distribuição, então espere uma briga de lances bem competitiva. Esse filme vai ser grande.)

É fascinante quantas pessoas abaixo de uma certa idade não sabem nada sobre o incidente que ocorreu entre Tonya Harding e Nancy Kerrigan antes das Olimpíadas de Inverno de 1994. Droga, nem Margot Robbie sabia que Harding era uma pessoa real até depois de ler o roteiro. A história é louca desse jeito.

Dirigido por Craig Gillespie e escrito por Steven Rogers I, Tonya é um olhar muitas vezes hilário e sempre trágico na vida de Tonya Harding – que, francamente, aguentou muita merda em sua vida de muitas pessoas horríveis. I, Tonya não está aqui para exonerar Harding, mas pinta sua vida problemática, entrelaçado com a dose certa de humor negro e quebra de quarta parede nos momentos certos.

I, Tonya é formado por entrevistas atuais com os principais participantes do ataque de 1994 no joelho direito de Nancy Kerrigan, que fornece comentários do evento ao desenrolar do filme. Esses principais participantes são Harding (Robbie); seu ex marido, Jeff Gilooly (Sebastian Stan, que é fantástico); e a mãe de Harding, LaVona (Allison Janney, que acabou de entrar na corrida de Melhor Atriz Coadjuvante se o filme for lançado esse ano.)

O que é incrível sobre I, Tonya é que (novamente) não está aqui para convencer você que Harding não fez nada errado (apesar de que, seu papel no incidente com Kerrigan é provavelmente muito diferente do que você lembra). Mas é impossível não sentir empatia por Harding, que é fisicamente abusada por sua mãe (em uma cena, Lavona joga uma faca em Tonya, que atinge seu braço), e mais tarde é fisicamente abusada por Jeff Gilooly. Ainda assim, de alguma forma, I, Tonya nunca se torna depressivo, apesar de que certamente deveria. Tudo o que acontece com Tonya a leva a se tornar a melhor patinadora do mundo – apesar de que literalmente ninguém mais (além de sua treinadora, Diane, interpretada perfeitamente por Julianne Nicholson) quer ver isso acontecer com ela. Parece que é Tonya Harding contra o mundo.

Nós esquecemos o quão boa patinadora Harding era – ela foi a primeira mulher americana a completar um axel triplo em um evento internacional. Tudo bem, eu não sabia o que isso significava também, mas o filme faz um trabalho estelar ao explicar o significado. (É muito difícil.) Ela era tão boa que o comitê olímpico não teve escolha a não ser incluí-la na equipe americana de 1992 e 1994, apesar de ser óbvio que todo mundo a odiava e odiava suas companhias.

Para explicar o tom desse filme, há uma cena no começo que vemos uma montagem de Jeff Gilooly batendo em Tonya Harding – é bem perturbador. Mas então a Tonya dos dias atuais interrompe a montagem para apontar que Kerrigan só foi atingida uma vez e o mundo foi a loucura. Sim, esse pode ser um filme bem obscuro.

Apesar de que, é meio estranho que o famoso incidente seja talvez a parte menos interessante de I, Tonya. Em resumo: Gilooly quer intimidar Nancy Kerrigan mandando para ela ameaças de morte. Um lerdo chamado Shawn Eckhardt (Paul Walter Hauser) concorda em ajudar, mas eleva tudo ao contratar dois outros bobalhões para fisicamente atacar Kerrigan. Todas essas pessoas são tão idiotas que se torna um pouco difícil passar um tempo com pessoas burras. (O que é incrível é que algumas coisas que essas pessoas dizem em voz alta não podem ser verdade – por exemplo, Eckhardt dizendo para um repórter que ele é um espião secreto do governo. Mas então, durante os créditos, nós vemos e ouvimos entrevistas reais com essas pessoas e, sim, eles realmente dizem essas coisas.)

Mas a estrela é obviamente Robbie. E para as pessoas que lembram muito bem do incidente, não, Robbie não parece exatamente como Tonya Harding, mas quem liga? Robbie encontra esses demônios dentro de Harding e corre através de I, Tonya como um touro. Esse é sem dúvidas o melhor papel de Robbie até agora. Ela é uma energia interpretando uma energia com raiva e compaixão. E nós provavelmente nunca pensaremos em Margot Robbie e Tonya Harding do mesmo jeito novamente.

The Hollywood Reporter

Conseguindo se revelar na imensidão de seu assunto e nos convencer que ela é muito mais inocente do que a América acreditava, I, Tonya de Craig Gillespie nos reapresenta para a atleta vilã mais famosa do primeiro semestre de 1994 e a deixa, finalmente, ter a última palavra. Provando, depois de tanto roubar as cenas, que ela é capaz de carregar um filme no papel principal – mesmo quando os maquiadores e cabeleireiros tratam cruelmente seu visual para a personagem – Margot Robbie sente um prazer óbvio em interpretar a patinadora Tonya Harding, desde sua adolescência vulnerável para seu tenso presente, a aposentadoria “pegar ou largar”. O filme animado e extravagante tem pernas comerciais por baixo e marca uma recuperação para Gillespie, que ainda não achou a combinação para seu filme de estréia, Lars and the Real Girl, mas está definitivamente ganhando o direito de continuar tentando.

Apesar de seu título, o filme (escrito por Steven Rogers) é cuidadoso ao espalhar o foco da narrativa. Baseado, de acordo com os créditos iniciais, em entrevistas francas com os participantes que são recriados aqui, o filme centra não só a Tonya de Robbie, mas o ex marido da patinadora, Jeff Gillooly (Sebastian Stan, encantadoramente estúpido e com vergonha de sua fama); a mãe, LaVona Golden (Allison Janney); a treinadora, Diane Rawlinson (Julianne Nicholson); e um iludido “segurança”, Shawn Eckhardt (Paul Walter Hauser). Todos estão mais tristes agora; A sabedoria é distribuída menos uniformemente. Mas cada um adiciona algo na mesa – até a profissional Rawlinson, que, quando treinou a jovem Harding, sempre a encorajou a usar roupas melhores e ajustar suas maneiras; um filme cheio de porcas de asas coloridas precisa de uma voz de Squaresville.

Robbie e o roteiro retratam persuasivamente a Tonya de 15 anos como uma criança suja e pobre, que além de cortar madeira e mexer com motores, está mais do que disposta a se firmar no gelo. Ela é tentadora na cena do primeiro beijo com Gillooly, mas quando os jurados de uma competição não dão os pontos que suas habilidades merecem, ela vai patinando até eles para dizer “chupa o meu pau” para um deles.

O problema, claramente, é que as equipes desses eventos estão procurando promover um ideal feminino tipo bailarina. Eles não querem uma menina que faz seus próprios trajes e dança ZZ Top. Mas o mundo é obrigado a começar a simpatizar com ela quando Harding executa um salto axel triplo (a primeira americana a fazer isso, ela lembra você), e logo ela vai para as olimpíadas.

I, Tonya passa um fio de confiança apesar de, ou talvez porque, seus narradores não confiáveis. Essa mulher, nós achamos, pode ser culpada de nada mais do que uma infância profundamente infeliz e gosto terrível em homens. Harding tinha um dom e estava disposta a sacrificar tudo para cultivá-lo. Ela foi julgada, insultada e espancada, então desfrutou um curto período de adoração de estranhos que estavam tão espantados quanto ela com o que seu corpo poderia fazer. Se apenas esse momento de glória não fosse negado por tudo o que veio depois.

Collider

I, Tonya nunca se sente completamente confortável ao abraçar os trágicos aspectos da história de Harding (talvez para que ela não se torne uma figura de pena), então Gillespie parece mais feliz assim que ele consegue entrar nas curvas envolvendo o ataque em Kerrigan. Para ser justo, o incidente tem todos os feitos de um história de crime dos irmãos Coen com idiotas incompetentes acreditando que são mais inteligente do que nós. Também dá uma performance de roubar a cena para Paul Walter Hauser como Shawn Eckhardt, o amigo caipira de Gillooly que bolou o ataque no joelho.

Mas o filme realmente pertence a Robbie, que mostra que ela provavelmente vai terminar sendo vista como uma das melhores atrizes de sua geração. Apesar de só ter feito sua estreia alguns anos atrás com O Lobo de Wall Street, sua performance como Harding é o destaque de sua jovem carreira. Ela abraça toda a raiva, toda a tristeza, e todo o desapontamento que Harding enfrentou. O filme sabe que Harding foi transformada em uma piada, e enquanto isso tirou a patinadora dessa taquigrafia, isso felizmente nunca se torna uma hagiografia. A performance de Robbie não nos pede para amar Harding, mas simplesmente para entendê-la e sentir empatia por ela, o que é uma tarefa muito mais difícil se você vai retratar um ser humano real ao invés de um mito ou um santo.

Em seu próprio jeito estranho, I, Tonya funciona como uma história anti-esporte. Ao invés de nos contar sobre uma atleta que superou a adversidade, I, Tonya é o conto de uma atleta consumida por tragédia e má sorte. A história tentou pintar Harding como uma mente do mal quando realmente parece que ela não tinha controle em cada curva. Isso faz um retrato fascinante que é eletrificado pela direção de Gillespie e as performances excelentes. Como The People v O.J Simpson: American Crime Story fez no ano passado, I, Tonya nos pede para reconsiderar o que pensamos que sabíamos nos anos 90 e perceber que as manchetes escondiam uma história mais obscura e difícil. I, Tonya não pode “resgatar” Tonya Harding, mas ela nunca pediu para ser salva. Ela meramente pediu por respeito, e I, Tonya fornece isso com honestidade.

Mais em breve…