A produção de Barbie finalmente está caminhando! Na manhã de hoje, Greta Gerwig foi anunciada oficialmente como diretora através de uma matéria da revista Variety. Além disso, em um artigo para o The New York Times sobre a Mattel, Margot Robbie e o presidente da Warner Bros., Toby Emmerich, deram algumas atualizações sobre o filme. Confira:

Greta Gerwig, a cineasta indicada ao Oscar, assinou oficialmente para dirigir Barbie, a história altamente aguardada sobre a icônica boneca da Mattel, estrelado por Margot Robbie.

Gerwig está a bordo do projeto da Warner Bros. desde 2019, quando assinou junto com a atriz para co-escrever o roteiro do filme com Noah Baumbach. Desde então, rumores circularam de que Gerwig estaria sendo sondada para dirigir o projeto, mas o acordo não estava oficialmente fechado.

No entanto, durante sua entrevista para a capa de agosto da British Vogue, Robbie casualmente notou que a visão criativa de Gerwig atravessaria o roteiro até a cadeira de diretora. Fontes confirmaram o desenvolvimento para a Variety.

Quanto ao status de produção de Barbie, Gerwig e Baumbach estão atualmente filmando o mais recente dele, White Noise, onde ela serve como atriz. Após o encerramento desse projeto, os dois darão atenção à história da boneca, que está prevista para começar a produção no início de 2022 no Leavesden Studios da Warner Bros. em Londres. A estreia nos cinemas está planejada para 2023.

Não se sabe muito sobre o enredo do filme, incluindo detalhes sobre quais amigos de plástico da Barbie irão aparecer (E o Ken? Skipper? Christie?). Mas Robbie falou anteriormente com a Variety sobre o filme servir ”como uma grande oportunidade para colocar alguma positividade no mundo e uma chance de inspiração para crianças mais jovens.”

Além de estrelar, Robbie também irá produzir através de sua produtora LuckyChap Entertainment, que acabou de sair de uma temporada de premiações com Bela Vingança. Outros produtores em Barbie incluem Tom Ackerley e Josey McNamara, também da LuckyChap, Robbie Brenner e David Heyman, da Mattel Films, e Ynon Kreiz.

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Através do Sr. Kreiz, a Mattel transformou seus brinquedos em marcas de entretenimento. Eles possuem 13 filmes em desenvolvimento com vários estúdios parceiros, incluindo Barbie, uma aventura em live-action estrelando Margot Robbie (Eu, Tonya) e dirigida por Greta Gerwig (Lady Bird). Robbie, que também é uma das produtoras, descreveu o filme de alto orçamento em um email como ”para os fãs e para os céticos”, um empreendimento para os cinemas que será ”muito divertido e também completamente surpreendente.”

O roteiro, escrito por Greta Gerwig e Noah Baumbach (História de um Casamento), até zomba de Barbie e Ken, seu namorado feito de plástico.

Como em, o que aconteceu com os órgãos genitais deles?

”Estou animado para esse filme porque é emocionante, toca o seu coração e honra o legado enquanto reflete sobre nossa sociedade e cultura atual – e não parece ser feito para vender brinquedos”, disse Toby Emmerich, presidente do Warner Bros. Pictures Group. Barbie está planejado para estrear em 2023.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot Robbie é capa e recheio da edição de agosto da VOGUE britânica. Fotografada por Lachlan Bailey e entrevistada por Eva Wiseman, a atriz fala sobre seu papel em O Esquadrão Suicida, Barbie e seus planos para o futuro. Confira as fotos e entrevista abaixo:

Imagine que você está correndo em uma praia, ela diz. Você está correndo muito rápido em uma praia, e se desviar para a esquerda, você vai explodir. Se pisar em uma pedra, vai explodir. ”Então, você tem que continuar no seu caminho.” Margot Robbie está repentinamente iluminada com uma alegria incomum, lembrando. Enquanto ela corria nessa praia feita por humanos em um estúdio em Atlanta, rolando no chão e parando na única pedra segura no local, pensava: ”Sim.” Ela pensava: ”Estou tendo a maior diversão da minha vida.”

Ela estava filmando Esquadrão Suicida, de 2016, a primeira parte de uma série de filmes sobre os supervilões da DC Comics que formam uma equipe secreta do governo para salvar o mundo de certas destruições. Foi a primeira vez de Robbie interpretando Harley Quinn, “psicopata profissional” e antiga namorada do Coringa, conhecida por suas marias-chiquinhas platinadas, maquiagem borrada e rosto maníaco. Ela ficou instantaneamente fisgada: desde então, interpretou a Harley em Aves de Rapina, spin-off de 2020, e no próximo mês estará vestida em neon pela terceira vez, quando a sequência do primeiro filme, O Esquadrão Suicida, for lançada.

”Essas cenas,” ela continua, quase sem fôlego, ”onde tudo está explodindo ao seu redor, e você chega no final a tempo, essas corridas heroicas de guerra enormes e épicas? Esse momentos de cinema? As meninas nunca fazem isso. Nunca.”

Enquanto Robbie conta a história, seu sorriso está tão grande que aqui, em seu sofá em Los Angeles, sua pitbull, Belle, sobe para lamber seus dentes. Ela está de pernas cruzadas, usando um moletom muito grande do Miami Heat, comendo uma tigela de cereal Cinnamon Crunch e lentamente emergindo de uma de suas enxaquecas. Ela tem enxaqueca desde que tinha oito anos, quando ainda morava em Gold Coast, no interior da Austrália, com sua mãe e três irmãos, uma dor que começa atrás de seus olhos. ”Eu poderia estar em um cômodo completamente escuro”, ela explica, massageando suas têmporas, ”e se alguém acendesse um fósforo eu ficaria, tipo, cega. Então, no set é o pior lugar – eu tomo minha medicação, sento no trailer e peço para fazerem minha maquiagem no escuro.” Ela ri, se desculpando: ”Estou muito lenta hoje.” Mas rapidamente se torna claro que essa é possivelmente a melhor hora para entrevistar Margot Robbie, levemente grogue e resmungando de forma meditativa, porque seu ritmo de outra forma, a energia cintilante, pode ser difícil de acompanhar.

Acabando de completar 31 anos, ela já tem a carreira de uma estrela com o dobro de sua idade, parcialmente porque ela sempre exige o que quer. Aos 17 anos, ela escreveu para os produtores de Neighbours, resultando em um papel no elenco regular, filmando um episódio por dia. ”Mas eu fiquei lá por meses até perceber que ninguém mais tinha um segundo emprego.” Ela fazia sanduíches no Subway naquela época. ”Eu fiquei tipo: “Você está atuando em tempo integral? Isso é possível? Ok, maneiro, vou fazer isso.” Foi uma epifania.”

Três anos depois, ela se mudou para os Estados Unidos, entrou para o elenco de uma série de época chamada Pan Am como uma comissária de bordo, e começou a sair de fininho para fazer testes para filmes. A descrição da personagem a qual ela leu para O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese, era: ”A loira mais gostosa do mundo”. Ela saiu do roteiro e deu um tapa na cara de Leonardo DiCaprio, lançando-a para o ar úmido da fama. Scorsese mais tarde disse ter visto uma combinação de três lendárias damas de Hollywood nela: Ida Lupino por seu ”desafio emocional”, Carole Lombard por sua habilidade com comédia e Joan Crawford por sua dureza. ”Isso mudou a minha situação”, ela diz lentamente. ”Depois, quando eu conseguia sinal verde para os projetos só por estar neles? Foi uma grande virada para mim.”

Não menos porque significou que ela mesma poderia produzir. Em 2014, ela havia se mudado para Londres, e lançou uma produtora com três de seus colegas de casa, se casando com um deles (Tom Ackerley, quem ela conheceu como diretor assistente enquanto trabalhavam na adaptação para o cinema de Suíte FrancesaLuckyChap para a produtora, com o objetivo de contar histórias de mulheres nos filmes e apoiar criadoras por trás das cenas – um plano fundamentado em negócios tanto quanto política. ”Nós ficamos realmente animados com os roteiros que nos surpreendiam, e esses são geralmente os são deixados fora do foco. Um pouquinho complexo.” O roteiro de Eu, Tonya, uma comédia obscura sobre a vida da patinadora Tonya Harding, estava rodando por aí durante um tempo antes da LuckyChap comprá-lo, e logo depois do casamento, eles começaram a filmar. O resultado foi sombrio e hilário, presenteando Robbie com sua primeira indicação ao Oscar, por Melhor Atriz.

Que foi quando ela escreveu outra carta, dessa vez pedindo por um encontro com Quentin Tarantino. Ele a contratou para interpretar Sharon Tate em Era Uma Vez… Em Hollywood, no enredo que fazia paralelo com os assassinatos da Família Manson em 1969. Visitando o set, a irmã de Tate disse que chorou ao ouvir a voz de Sharon saindo da boca de Robbie. Então aconteceu O Escândalo, onde ela interpretou Kayla, uma personagem fictícia baseada em relatos reais de várias mulheres sobre assédios sexuais enquanto trabalhavam na Fox News. Ela chegava em casa do set e suas mãos ainda tremiam. ”Acontece algo psicológico com você quando está atuando,” ela diz, ”mesmo que seu cérebro saiba que é de mentira.”

É a mesma coisa em um filme de ação, como Aves de Rapina, cujo Robbie desenvolveu e estrelou. De volta na personagem como Harley, ela parecia com a Marilyn Monroe no Burning Man, passando por um término ruim, com “Daddy’s lil Monster” tatuado em sua clavícula esquerda. ”Isso não é divertido?” Quinn diz enquanto ela e sua estranha gangue de meninas se preparam para matar todos no caminho com granadas, bestas e músculos. ”É como uma festa do pijama!” Robbie lembra: ”Há explosões e armas. E mesmo que estejam vazias, seu corpo começa a reagir como se fosse real, sua adrenalina vai no teto.” Em casa de noite, ela geralmente tem dificuldades para dormir: ”Porque meu corpo pensa que estive em uma zona de guerra.”

E, apesar disso, Robbie continua retornando para Quinn. O motivo é parcialmente porque ela consegue interpretar alguém muito diferente de si mesma (”Estou pintada de branco e usando uma peruca, estou usando algum figurino louco e com esse sotaque do Brooklyn”), apesar de ser justo dizer que Quinn está incorporada em Robbie. ”A Harley fica comigo”, ela diz, concordando. ”Mesmo em um fim de semana quando estou saindo com meus amigos, algumas vezes ela aparece e fico tipo: “Certo, vou colocar um freio nela.”

Mas é também porque ela é apaixonada em trazer mulheres para o gênero da ação. O motivo? Estou esperando, talvez, um aceno para a objetificação de personagens mulheres, ou a falta de representação, mas a verdade é mais dura. ”De um ponto de vista de negócios ou estatísticas, esses são os projetos com melhor salário. Então realmente quero advogar por mulheres escrevendo grandes filmes de ação. Além disso, a percepção de que mulheres não estão interessadas em ação é ridícula.” Ela zomba, um pequeno lampejo de fúria que se torna um sorriso. ”E mais”, ela diz, pensando em O Esquadrão Suicida, onde Quinn é enviada para destruir um laboratório da era nazista com sua equipe de condenados, seu vestido vermelho de formatura tendo como acessórios duas armas carregadas e um sangramento no nariz, ”eles são muito, muito divertidos.”

Viola Davis, que interpreta a chefe da Força Tarefa X em ambos os filmes, me conta uma história sobre um ensaio. O elenco inteiro estava reunido e, sem o conhecimento de Robbie, Jared Leto (que interpreta o Coringa no primeiro filme) estava planejando uma pegadinha. ”Eu estava dizendo alto: “Não abra a caixa!” E estava quase saindo pela porta quando ela abriu”, diz Davis, ”e viu o maior rato preto que você poderia imaginar. Então… ela fez carinho nele. Sem medo. Aberta. Receptiva. Cheia de alegria.”

Não é surpresa ouvir que Robbie tem dificuldades para dormir. De noite, na cama com Ackerley e Bunny, um coelho de pelúcia ”nojento” (palavras de Ackerley) com quem ela dorme desde sempre, sua mente não é sua amiga. ”Cenários, preocupações…” Ela puxa as mangas para cobrir suas mãos. ”Eu fico deitada e tento descobrir o que fazer sobre a mudança climática, e então lembro daquela coisa que disse sete anos atrás que soou errada, e o que está na minha lista de tarefas de amanhã.” Estamos nos encontrando em um ponto da vida em que Robbie está considerando desacelerar. ”Eu não sei se é porque estou nos trinta anos agora, ou porque a vida tomou uma direção… muito estranha. Durante a pandemia, fiquei em casa por mais tempo do que já fiquei em qualquer lugar. Estive me movendo a um milhão de quilômetros por hora desde que me lembro.” Como é isso? ”Pode ser assustador, algumas vezes. Mas agora eu finalmente sinto que está tudo bem… parar e sentar? Ou até mesmo ficar fora de algo. É um sentimento que nunca tive antes.” Ela contrai o rosto, quase culpada.

Exceto que, a ideia de Robbie de “desacelerar” inclui, mas não está limitada a: filmar o novo projeto de David O. Russell, trabalhar no próximo filme de Damien Chazelle, Babylon, várias produções da LuckyChap como a adaptação em filme do romance brilhante de Otessa Moshfegh, Meu Ano de Descanso e Relaxamento, e a preparação para o maior projeto deles até agora, Barbie, sobre os 30 centímetros de plástico mais controversos da memória viva.

”Certo, vem com muita bagagem!” ela diz, sorrindo. ”E muitas conexões nostálgicas. Mas com isso vêm muitos jeitos emocionantes de abordá-la. As pessoas geralmente escutam ‘Barbie’ e pensam: “Eu sei o que esse filme vai ser”, e então escutam que Greta Gerwig está escrevendo e dirigindo e pensam: “Oh, ora, talvez eu não saiba…” Ela está certa, existe algo emocionante sobre esse coquetel – não somente Gerwig em Barbie (uma combinação que promete abraçar as preocupações do feminismo e a memória de esfregar duas bonecas contra a outra por bastante tempo até que uma fique vermelha e irritada), mas também Barbie sendo interpretada por Robbie, “a loira mais gostosa do mundo”, que também é imprevisível, travessa, consegue navegar suavemente entre personagens, alternadamente narcisista e ingênua, mas também inteiramente capaz de explodir uma fábrica química só para se aquecer nas chamas.

Hoje, de rosto limpo com o cabelo loiro escuro, ela poderia passar por uma Youtuber adolescente, mas regularmente serve o glamour da antiga Hollywood, geralmente com uma borda ousada. Ela é embaixadora da Chanel, e seus looks no tapete vermelho incluem Chanel vintage e Rodarte bordado; no Oscar, em 2016, ela usou um vestido dourado Tom Ford que parecia o próprio troféu. Ela gosta dessas noites, ”as partes chiques”, ela diz. ”Mas eu realmente amo estar no set, coberta de sangue ou sujeira, trabalhar 19 horas por dia, ir para o pub ficar um pouco bêbada depois.”

Foi no set de filmes que ela conheceu seus melhores amigos, desde membros da equipe com os quais ela formou a produtora, sete deles compartilhando uma casa de quatro quartos em Clapham, Robbie tropeçando para fazer a estranha conferência de imprensa, até aqueles que ela conversa diariamente nos grupos de WhatsApp em três fusos horários diferentes. ”Muitas vezes me perguntam: “Como foi trabalhar com fulano e ciclano?” Sabe, um colega ator.” Uma Kidman ou um Pitt. ”E respondo: “Bom, trabalhei com 300 pessoas nesse filme. Dois deles eram atores.”

Foi no grupo do WhatsApp de membros da equipe de Londres que ela pediu ajuda para escrever uma carta aberta para Hollywood quando o movimento #MeToo floresceu, uma carta em nome das mulheres da indústria que não possuem uma plataforma. ”Filmes de super-heróis estão na moda,” ela escreveu, ”e eu deveria saber, já que me beneficiei disso. Só desejo que pudéssemos transferir um pouco desse heroísmo para a realidade. Que esses heróis que admiramos nos filmes nos defendessem contra os vilões do governo, do ambiente de trabalho, da indústria do entretenimento, e até das interações humanas mais básicas.” Isso foi em 2017, o ano em que a LuckyChap começou a desenvolver a comédia obscura de Emerald Fennell, Bela Vingança. ”Margot é completamente única, assim como a produtora que ela fundou”, diz Fennell hoje em dia, tendo vencido o Oscar de Melhor Roteiro. ”Foi inteiramente por causa dela e da teimosia, inteligência e determinação da LuckyChap que fomos capazes de fazer o filme de um jeito tão firme.”

Robbie conversou sobre o papel principal, mas decidiu que seria uma escolha óbvia – Carey Mulligan seria mais surpreendente. Ela estava certa. ”Tenho aversão a ser colocada em uma caixa. No momento que alguém me resume em duas palavras…” ela rosna. ”Quero mostrar a eles que sou o exato oposto.” Ela respira. ”Assim que você tem sucesso em um tipo de papel, as pessoas querem que você continue fazendo aquilo. O que eu acho que seria apenas… um tédio.”

Ela toma um gole de água de sua, espera… é uma garrafa de Love Island? Ela balança com alegria. A maior fã. ”Se eu fosse para a faculdade, escreveria minha tese sobre o ego masculino em Love Island.” Ela está brincando só um pouco. ”Realmente me interesso pela dinâmica do macho alfa, e vou soar como uma completa lunática agora, mas é como em Amargo Pesadelo, esse tipo de mentalidade. E você pode observar em uma alcateia de leões, em Love Island ou em filme gangster do Scorsese.” No entanto, o problema em ser extremamente bem sucedida, é que ela não tem mais tempo de assistir Love Island. ”Antigamente, eu não tinha dinheiro, mas tinha tempo. Hoje, tenho dinheiro, mas não tenho tempo.”

O cômodo ficou mais claro enquanto conversávamos, o sol entrando pela cortina moveu-se por cima da cadela dormindo, a tigela vazia, e Robbie ficou mais leve. A enxaqueca passou. ”Essa conversa me acordou!” diz em um chiado. Ela está escrevendo cartas novamente, como as que escreveu para Tarantino e para os produtores de Neighbours, enviando para as pessoas que ela deseja trabalhar em breve. Ela não dirá quem – não quer trazer má sorte, além de ser ruim para os negócios – mas ela está animada. ”Não sou boa em esperar. Se quero algo, não consigo ficar sentada”, ela diz, sentada. ”Tenho que fazer acontecer.”

Há um lugar secreto para onde ela vai, literalmente uma casa na árvore, em algum lugar no meio da Europa, quando precisa de um tempo. Ela adoraria estar lá agora, mas infelizmente, sua ambição está cutucando suas costas. ”Quero dirigir”, ela sussurra, uma apresentação de timidez. ”Gostaria de tentar escrever. Esses seriam desafios muito grandes, que para ser honesta, posso não conseguir. Também penso que dirigir é um privilégio, não um direito. Mas tenho uma história que está na minha cabeça por anos. Preciso colocar no papel para ver se é ridícula ou não.”

Existe um plano, ela diz, se inclinando, e novamente vejo em seus olhos uma alegria incomum, a alegria de alguém correndo muito rápido em uma praia, com o coração acelerado, continuando em seu caminho enquanto o mundo explode em suas costas.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot Robbie, Tom Ackerley e Josey McNamara foram nomeados Produtores do Ano pelo The Hollywood Reporter. A LuckyChap Entertainment foi responsável por Aves de Rapina e Promising Young Woman, que está sendo colocado como um dos possíveis indicados ao Oscar. Confira a entrevista:

Foi no set de Suíte Francesa, um drama romântico de 2013 sobre a Segunda Guerra Mundial, que Margot Robbie conheceu seus melhores amigos, parceiros de produção e futuro marido.

Tom Ackerley e Josey McNamara eram assistentes de direção na época, mas, assim como Robbie, que ainda não era a A-list que se tornaria, eles aspiravam ter uma carreira bem maior do que a que tinham. ”Estávamos todos tipo, ‘Quero fazer minha própria coisa,’” lembra Robbie, com Ackerley, agora seu marido, adicionando, ”Foi um pouco como, ‘Se eles estão fazendo, por que não podemos?’”

Então, em 2014, o trio, junto com a amiga de infância de Robbie, Sophia Kerr, lançaram a LuckyChap Entertainment de uma casa em Londres para onde os jovens de 20 e poucos anos se mudaram depois das filmagens. A primeira estreia da produtora, Eu, Tonya, a comédia estrelando Robbie como a patinadora Tonya Harding, ganhou elogios extensos, uma série de indicações ao Oscar (incluindo uma vitória para Allison Janney em Melhor Atriz Coadjuvante) e credibilidade instantânea. Seis anos depois, a produtora focada em mulheres que está por trás de Aves de Rapina e Dollface, do Hulu, possui um contrato de exclusividade de filmes com a Warner Bros. e de televisão com o Amazon Studios, e vários projetos, incluindo a adaptação de Greta Gerwig de Barbie, que já deixou Hollywood salivando.

A seguir: Promising Young Woman, uma comédia obscura com suspense e vingança que está gerando burburinho de Oscar para a estrela Carey Mulligan, que interpreta uma ex estudante de medicina intensamente inteligente e astuta motivada a consertar os erros de seu passado. Um queridinho do Sundance, o filme – escrito, produzido e dirigido pela novata Emerald Fennell (Killing Eve) – está programado para estrear no Natal, com planos de locação algumas semanas depois. Para Fennell, a oportunidade de trabalhar com a LuckyChap foi emocionante: ”Como produtores, eles atuam de todas as maneiras que você gostaria: Eles são rápido, dão conselhos incrivelmente bons e são parceiros das pessoas certas,” ela diz. ”Ao mesmo tempo, eles nunca te pressionam e ficam do seu lado em tudo. Além disso, eles são pessoas que você pode realmente confiar, e todo mundo confia neles, também.”

Os Produtores do Ano do The Hollywood Reporter – a australiana Robbie, de 30 anos, ao lado dos britânicos Ackerley, 30, e McNamara, 35 – encontraram tempo em uma tarde recente para discutir seu sucesso inicial, suas queixas com a indústria e seus planos para o futuro da LuckyChap.

Promising Young Woman marca o primeiro filme da LuckyChap sem a Margot como estrela. Estar na frente de todos os filmes até agora foi um plano ou necessidade?
MARGOT ROBBIE:
Nós nunca começamos a produtora para ser um veículo de destaque para mim ou uma plataforma para eu ir atrás dos meus sonhos. Realmente nós queríamos expandir o que as histórias e cineastas femininas podiam fazer nessa indústria, e eu não preciso estar na tela para isso acontecer. Mas é uma posição maravilhosa de estar já que minha plataforma também pode abrir algumas dessas portas. E, especialmente no começo, havia muitos cineastas de primeira ou segunda viagem que queríamos trabalhar, e você não consegue o sinal verde para algo sem um nome financiável anexado e tenho muita sorte de ser um desses nomes. Mas não sou a pessoa certa para todos os papéis. Senti isso com Promising Young Woman.

Eu assisti ao filme pensando que Carey Mulligan é maravilhosa, mas facilmente poderia ter sido você. Como foi feita essa decisão?
ROBBIE:
Eu pensei, “Acho que sou quem as pessoas esperam nesse elenco.” Mas o mais agradável sobre Promising Young Woman é que te pega de surpresa e eu acho que eu não seria tão surpreendente assim – eu fazendo esses tipos de coisas com a percepção das pessoas de quem sou e os personagens que interpretei. Carey Mulligan, no entanto, é uma atriz que tem um ar de prestígio ao redor dela. Ela está em dramas de época. Coloque ela em Promising Young Woman e a mente das pessoas vai explodir.

Quando vocês sentiram que a indústria passou a levá-los a sério como produtores?
ROBBIE:
Quando fizemos um filme. Nosso primeiro filme na verdade foi Terminal – apesar de Eu, Tonya ter estreado antes. Mas mesmo antes de estrear qualquer coisa, o fato de que fizemos um filme foi uma grande diferença porque muitas pessoas falam que são “produtores” e a próxima pergunta é, ”O que você fez?”

E então é um silêncio longo e estranho?< TODOS: Sim [Risos]
JOSEY MCNAMARA: Nós gostamos de dizer, ”Primeiro você tem sorte, depois você fica esperto.” Eu, Tonya deixou o padrão tão alto que depois disso, percebemos: ”Ok, não podemos simplesmente colocar qualquer coisa no mundo. Precisa ser mais estratégico.”
TOM ACKERLEY: Precisávamos provar que éramos mais do que um filme.

Ouvi dizer que o lema da sua produtora é ‘Se não é um sim pra caralho, é um não.’ Por favor, defina um sim pra caralho.
ROBBIE:
Algo como Eu, Tonya. Muitas pessoas provavelmente leram aquele roteiro e disseram, ”Isso não pode ser feito.” Nós éramos jovens e idiotas o bastante para falar, ”Vamos fazer isso.” O mesmo com Promising Young Woman. Emerald era um sim pra caralho. Para mim, é instinto – e um pouco de ”Meu Deus, podemos fazer isso?” Mas se fizermos, vai ser incrível.
MCNAMARA: Costumávamos dizer que queríamos que as coisas fossem subversivas, mas agora é mais sobre ser surpreendente. Tantas coisas estão tentando ser subversivas atualmente, mas poucas são realmente surpreendentes.
ROBBIE: E nós gostamos das coisas que não estão em foco. Algo como Barbie, onde o próprio nome as pessoas imediatamente possuem a ideia de ”Oh, Margot vai interpretar a Barbie, eu já sei o que é.” Mas nosso objetivo é, ”Qualquer coisa que você esteja pensando, vamos te dar algo totalmente diferente – aquilo que você não sabia que queria.”

Ter Greta Gerwig e Noah Baumbach escrevendo o roteiro em si já subverte as expectativas…
ROBBIE:
Sim. Agora, podemos honrar o nome e a fã base e também surpreender as pessoas? Porque se pudermos fazer isso tudo e provocar uma conversa pensativa, então estamos preenchendo todos os cilindros.

Um dos seus objetivos desde o início era promover histórias femininas de cineastas mulheres. Como vocês decidiram que essa seria a missão da produtora?
ROBBIE:
Ao começar qualquer negócio, você identifica uma brecha no mercado. E essa conversa começou porque eu fiquei tipo, ”Eu continuo a pegar roteiros e nunca quero interpretar a menina, quero ser o menino.” E eu não posso ser a única. Existem atrizes brilhantes que não estão conseguindo papéis incríveis. E além disso, você olha para as estatísticas de diretores homens vs mulheres, roteiristas homens vs mulheres, etc., e há tanto para ser feito. Você não pode simplesmente sentar e não fazer nada quando escuta essas estatísticas.

Uma das coisas que vocês fizeram, ao lado de Christina Hodson (Aves de Rapina) e sua produtora, é criar um programa para ajudar mulheres roteiristas a entrar no gênero de ação. E agora as primeiras roteiristas tiveram sucesso em vender os projetos para grandes distribuidores, não é isso?
ACKERLEY:
É um pequeno passo, mas colocar essas roteiristas no mundo mudou as estatísticas. E não é só sobre criar um espaço para as pessoas, é sobre elas contarem as histórias que querem contar.
ROBBIE: Pensar que mulheres não iriam querer escrever filmes de ação – ou qualquer outro gênero que não seja o de baixo orçamento voltado para o personagem – é ridículo.

O quão importante é para vocês na LuckyChap contratar mulheres para dirigir seus projetos?
ACKERLEY:
Queremos trabalhar com as melhores da cidade – mas também queremos apresentar novas diretoras. Promising Young Woman foi o primeiro filme de Emerald – ela já estava bem em sua carreira, mas queremos pessoas como ela e então apoiá-las de qualquer jeito que pudermos.
ROBBIE: Ela é um grande exemplo de diretora que tinha uma visão clara e um jeito incrível de articular isso. E feliz para ela, nós e para o mundo, ela também é uma escritora excepcionalmente talentosa, então ela conseguiu escrever muito bem. Mas você precisa trabalhar para encontrar as Emeralds. Quando você faz uma lista de diretores em potencial, você facilmente pensa em 10 nomes masculinos que seriam certos para qualquer coisa. Pensar em 10 nomes femininos requer trabalho. Você precisa pesquisar em festivais, comerciai e curtas porque esses nomes não tiveram as mesmas chances.
MCNAMARA: E mesmo se não conseguirem o trabalho, se nós pudermos colocar alguém em uma sala, na frente dos executivos dos estúdios, alguém que não tenha estado em uma sala de estúdio antes, é uma vitória para nós.

Margot, estou curioso sobre sua carreira, como você escolhe o que produzir e o que atuar? E você tem influência agora para dizer, ‘Só assino se a LuckyChap vier junto’?
ROBBIE:
Oh, não, ainda estou muito feliz em atuar em filmes em que eu ou a produtora não estamos envolvidos. É muito bom, na verdade [Risos]. Eu sinto que começo a entrar em pânico e fazer uma lista na minha cabeça, tipo, ”Oh, não vamos conseguir aquilo. Oh, estamos passando do tempo.” E então fico, ”Não importa.”

”Não é problema meu…”
ROBBIE:
Exatamente, outra pessoa pode se preocupar com isso. [Risos]
MCNAMARA: E de um ponto da produtora, nós sempre queremos ser uma adição em um projeto. Não queremos ser uma bagagem.
Robbie: Não queremos ser outro item no orçamento, e sempre queremos que essa conversa venha primeiro. Podemos ser uma adição como produtores? Porque se você está apenas tentando nos lisonjear, temos vários outros projetos que temos paixão e precisam do seu tempo e atenção.

Vocês possuem um contrato com a Warner Bros., que anunciou recentemente que estará disponibilizando o catálogo inteiro de 2021 no HBO Max ao mesmo tempo que nos cinemas. Presumo que vocês não sabiam que essa notícia estava vindo?
MCNAMARA:
Não.

O que vocês acham?
ROBBIE:
Sabemos que há pessoas na Warner Bros. com quem temos relacionamentos brilhantes e que são muito amigáveis com os artistas e responsáveis pela reputação incrível que a Warner teve durante as últimas décadas sendo um estúdio que predominantemente prioriza os artistas. Temos esperança de que tudo vai se organizar e que a Warner fará o que é certo com seus contadores de histórias.

Muitos artistas e muitos representantes dos artistas estão preocupados sobre como serão compensados completamente sem a bilheteria tradicional. Vocês estão preocupados?
ROBBIE:
Acho que todo mundo está tentando entender. É muito recente, todas essas conversas estão acontecendo agora. E todos terão suas discussões e apresentarão suas opiniões.
MCNAMARA: E nós continuaremos fazendo filmes.
ROBBIE: Sim. Tudo o que podemos fazer é voltar para o motivo pelo qual estamos fazendo isso em primeiro lugar. Se fossemos pessoas orientadas pelo dinheiro, nós provavelmente estaríamos trabalhando em uma indústria diferente. Para nós, é a emoção de contar histórias, estar nos sets e dar uma plataforma para as pessoas, e coisas como a notícia da Warner Bros. não mudam isso.

Vocês possuem muita coisa em andamento além de Promising Young Woman. Para o que vocês estão mais animados?
ACKERLEY:
Estamos filmando Maid em Vancouver, e é fenomenal. Molly Smith Metzler escreveu um dos roteiros mais incríveis. É uma história socioeconômica que examina a pobreza na América, Margaret Qualley está estrelando e a Netflix vai fazer grandes coisas.
MCNAMARA: E então Barbie, que é nosso Everest. Como Margot disse, você pensa que sabe o que vai ser o filme com Margot como Barbie, mas Greta e Noah subverteram o filme e mal podemos esperar para começar.

Vocês podem me falar alguma coisa sobre a premissa?
ROBBIE:
Não podemos, infelizmente. Tudo o que Podemos dizer é que qualquer coisa que você esteja pensando, não é isso.

O roteiro está finalizado?
ROBBIE:
Não posso dizer. Eu quero te contar tudo, de verdade. [Risos]

Vou tentar outra pergunta: Haverá uma sequência de Aves de Rapina?
ROBBIE:
Não sei. Nada iminente nesse ponto, nada que valha a pena mencionar.

Há um ditado que diz que não se deve misturar prazer com negócios – e aqui estão vocês, melhores amigos, antigos colegas de casa e, no caso de Margot e Tom, marido e mulher. Como isso tornou os negócios mais fáceis e mais difíceis?
ROBBIE:
É super estranho para mim porque esses dois são praticamente casados, então… [Risos] Não, para ser honesta, quando começamos a produtora, muitas pessoas nos avisaram sobre isso e disseram, ”Negócios e amigos não se misturam. Sempre vai terminar mal.” Nós ouvimos muito isso.
MCNAMARA: Mas temos uma vantagem porque conhecemos muito bem um ao outro e nossos gostos, então é perfeito e agradável, também.
ACKERLEY: Exatamente, e realmente tentamos promover esse ambiente familiar na produtora, também. É uma coisa difícil e acho que tivemos sucesso.

Como é isso?
ROBBIE:
Bem, nos melhores dias é vinho às 4 da tarde no final da semana que se torna Jägerbombs que se torna… [Risos]

Falando nisso, tenho que perguntar sobre o nome LuckyChap. Sei que de algum jeito envolve Charlie Chaplin e um pouco de bebida demais.
ROBBIE:
Sim, você praticamente resumiu tudo. Estávamos bêbados e não lembramos como chegamos nisso. [Risos]
MCNAMARA: A gente realmente deveria pensar em uma resposta melhor.
ROBBIE: Todo mundo já sabe agora. Mas até agora tem sido um amuleto da sorte, então acho que vamos manter assim.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

O acordo entre a Warner Bros. e a Mattel foi finalmente fechado e junto com isso tivemos o anúncio oficial de que Margot Robbie dará vida para a boneca Barbie no aguardado live action. Confira:

Warner Bros. e Mattel fecharam parceria para trazer a renomada franquia da Barbie para os cinemas no primeiro live-action, estrelando a atriz indicada ao Oscar, Margot Robbie, como a personagem titular.

”Esse projeto é um ótimo começo para nossa parceria com a Ynon e Mattel Films,” disse Toby Emmerich, presidente da Warner Bros. Pictures Group. ”E Margot é a produtora e atriz ideal para trazer a Barbie para a vida nas telas de um jeito novo e relevante para o público dos dias atuais.”

Robbie também irá co-produzir o filme por meio da LuckyChap Entertainment, ao lado de Tom Ackerley e Josey McNama. ”Brincar com Barbies promove confiança, curiosidade e comunicação durante a jornada de autodescobrimento de uma criança. Durante os quase 60 anos da marca, a Barbie permitiu que as crianças se imaginassem em papéis ambiciosos desde uma princesa à uma presidente,” disse Robbie. ”Estou honrada em interpretar esse papel e produzir um filme em que acredito que terá um impacto tremendamente positivo nas crianças e no público mundial. Eu não poderia imaginar parceiros melhores do que a Warner Bros e a Mattel para trazerem esse filme para as grandes telas.”

A adaptação da Barbie marca o primeiro anúncio da Mattel Films, liderada pelo produtor Robbie Brenner, e também a primeira colaboração entre a Mattel e a Warner Bros. Pictures.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil