A revista Entertainment Weekly visitou o set de O Esquadrão Suicida em novembro de 2019 e conversou com o diretor e elenco do filme, incluindo Margot Robbie. Confira:

Em um set exterior em Atlanta, Idris Elba está fingindo disparar duas armas muito grandes e futurísticas enquanto ele e seus colegas de elenco Margot Robbie, Daniela Melchior e David Dastmalchian filmam uma das sequências de ação finais em O Esquadrão Suicida (nos cinemas dia 5 de agosto). Dada a natureza de spoiler do que está sendo filmado para a mais recente extravaganza de super-heróis da Warner Bros. nesse dia nublado de novembro de 2019, não podemos elaborar muito. Podemos dizer, no entanto, que há palmeiras. Há uma abundância de cascalhos. Há veículos militares e dúzias de figurantes uniformizados. Podemos dizer também que o diretor e roteirista do filme, James Gunn, está se divertindo muito enquanto monitora o procedimento na tenda de vídeo com um sorriso no rosto. ”Sinto que estive fazendo filmes independentes pequenos com Guardiões da Galáxia, porque esse filme é gigante”, diz Gunn.

A ideia de Gunn dirigir esse filme, e se divertir enquanto isso, teria sido absurda não muito tempo atrás. David Ayer, diretor do primeiro filme da franquia, foi infeliz com seu corte inicial sendo fortemente reformulado por insistência da Warner Bros. antes do lançamento. Enquanto esse filme – sobre um grupo de vilões que vão trabalhar para uma agência secreta do governo em troca de uma redução em suas sentenças – arrecadou 746 milhões de dólares ao redor do mundo, foi recebido de forma morna pelo público e desprezado pelos críticos. Enquanto para Gunn, um ano antes de começar a filmar O Esquadrão Suicida, o diretor sofreu uma queda de sua posição no auge do templo de Hollywood e se tornou persona non grata na empresa que o tornou famoso. Gunn simplifica quando a EW pergunta sobre o caminho que o trouxe aqui hoje. ”É,” ele diz. ”Fui despedido da Marvel.”

Dado tudo o que aconteceu politicamente, socialmente e virologicamente durante os últimos três anos, é fácil esquecer a confusão que irrompeu após o presidente da Walt Disney Studios, Alan Horn anunciar no dia 20 de julho de 2018 que a empresa tinha “cortado” sua relação de negócios com Gunn. Ele aproveitou o grande sucesso com Guardiões da Galáxia em 2014 e com a sequência em 2017, transformando um grupo de personagens de quadrinhos obscuros e um ator de sitcom chamado Chris Pratt em ouro de bilheteria para os estúdios Marvel. Mas Gunn também era um crítico vocal de Donald Trump e no verão de 2018, sabichões conservadores fizeram reaparecer piadas que Gunn tweetou sobre estupro e assédio sexual uma década antes. A buzina rapidamente anunciou que Gunn estava sendo cortado por ”atitudes e declarações ofensivas”. ”Eu sabia que ia acontecer”, diz Gunn, que tinha completado o primeiro rascunho do roteiro de Guardiões da Galáxia Vol. 3 na época. ”Na noite anterior a me despedirem, eu estava sentado pensando: ‘Oh, merda.’ Foi um pesadelo.” Gunn brevemente se desculpou pelos tweets, postando em um fio no Twitter que seus dias ”falando algo só porque é chocante” acabaram.

Os amigos e colegas de Gunn se reuniram, incluindo o elenco de Guardiões da Galáxia, e publicaram uma declaração apoiando seu diretor. Por trás das cenas, o presidente da Warner Bros. Pictures Group, Toby Emmerich, e o produtor Peter Safran (Aquaman) juntaram forças para facilitar o retorno rápido de Gunn para os sets de filmes. ”Na terça-feira seguinte, eu vi Toby Emmerich na Warner Bros.”, diz Safran, um amigo de Gunn e produtor em O Esquadrão Suicida. ”Toby me disse: ‘Fale para o James que o que ele quiser fazer, queremos também. Achamos que ele foi tratado injustamente.’”

Apesar de Gunn conversar com a Warner Bros. sobre várias propriedades da DC, incluindo Super-Homem, ele admite que nunca considerou seriamente fazer um filme do Homem de Aço. ”Coisas como Super-Homem, Liga da Justiça, as pessoas têm tantas ideias sobre quem eles são que parece um parque menos divertido”, ele diz. O que parecia divertido era outra versão do Esquadrão Suicida, que estava na lista de desejos do estúdio. ”Após o sucesso financeiro de Esquadrão Suicida, a Warner Bros. estava definitivamente interessada em um novo filme”, diz Charles Roven, produtor em ambas versões.

Gunn levou vários personagens do filme de Ayer (a Harley Quinn de Robbie, o Cel. Rick Flag de Joel Kinnaman, a chefe do esquadrão Amanda Waller de Viola Davis e o Capitão Bumerangue de Jai Courtney), adicionou outros vilões da DC Comics e reenquadrou a franquia no contexto de filme de guerra como Os Doze Condenados e Os Guerreiros Pilantras. Outra diferença: Enquanto o filme de Ayer se passava nos Estados Unidos, Gunn envia seu Esquadrão para uma missão na ilha sul-americana fictícia chamada Corto Maltese. E enquanto o filme de 2016 era firmemente ligado ao DCEU, com aparições do Batman de Bem Affleck, do Coringa de Jared Leto e o Flash de Ezra Miller, esse será um filme independente focado nos membros do Esquadrão. Por fim, Gunn queria fazer um filme arriscado e violente diferente de qualquer outro de super-herói (a não ser que perdemos alguma cena em Shazam! onde um tubarão que anda literalmente parte um cara em dois). Então… definitivamente não é uma sequência. ”É realmente um filme sozinho”, diz Gunn. Depois de escrever o roteiro, ele contou para a Warner Bros. que só iria dirigir se fosse para maiores, diferente da classificação do filme de Ayer. ”O estúdio definitivamente hesitou”, ele diz, mas eventualmente concordaram.

As filmagens começaram em setembro de 2019. De acordo com Steve Agee, que anteriormente trabalhou com Gunn em Guardiões da Galáxia Vol. 2 e interpreta, através de captura de movimento, o membro metade-homem metade-tubarão do Esquadrão, Tubarão-Rei: ”James parece mais feliz e menos estressado nesse filme.” O fato de que ele sabia que teria outro emprego depois de terminar essas filmagens provavelmente ajudou: em março de 2019, ele foi reestabelecido como diretor de Guardiões da Galáxia Vol. 3. Com os dois primeiros filmes arrecadando mais do que 1.5 bilhão de dólares ao redor do mundo, fez sentido para Horn recontratar Gunn – e o diretor ajudou em não criticar publicamente a Disney por sua demissão. Mas, de acordo com Gunn, Horn disse que ele ”estava fazendo isso 100% porque pessoalmente sentia que era o certo. Fiquei comovido.”

Gunn foi fundo nos seus conhecimentos sobre a DC Comics para achar os novos membros do Esquadrão. Ele escalou seu frequente colaborador Michael Rooker como o vigilante Sábio e seu próprio irmão Sean Gunn, que interpreta fisicamente o Rocket nos filmes dos Guardiões, para outra performance através de captura de movimento, como o roedor de tamanho humano Weasel. Outros novatos incluem Daniela Melchior como a controladora de animais Caça-Ratos 2 (o pai da personagem, o Caça-Ratos original, é interpretado por Taika Waititi) e o ator de Homem-Formiga, David Dastmalchian, como Bolinha, que pode matar pessoas com, sim, bolinhas. ”Eu coleciono quadrinhos desde que tinha 12 anos”, diz Dastmalchian. ”James disse que queria que eu interpretasse o Bolinha, e eu disse: “Espera, quem?” Gunn inicialmente pensou em escalar Dave Bautista como o Pacificador. Quando o ator optou por estrelar em Army of the Dead de Zack Snyder, o diretor escolheu outro antigo lutador: John Cena. ”Não me vejo como uma segunda opção, apenas como uma chance de fazer o melhor que posso”, diz Cena. No filme, o Pacificador bate a cabeça com o expert em armas de Idris Elba, Sanguinário. ”Há uma cena particular onde meu personagem e o Pacificador realmente brigam”, diz o ator de Luther. ”Se torna a maior competição de tamanho de pau que você já viu.”

Durante a visita da EW no set, Gunn diz que seu comportamento otimista durante a produção foi abastecido com o amor por seu elenco, mesmo se algumas vezes uma certa ganhadora do Oscar colocasse medo nele. ”Viola Davis é a pessoa mais doce que se transforma nessa força do mal como Amanda Waller”, diz Gunn. ”Não estou brincando. Ela me assusta pra caralho.” Apesar dos medos de Gunn, filmar O Esquadrão Suicida parece ser divertido e uma experiência de ligação para todos, como a EW descobre durante uma conversa entre as cenas com Elba, Melchior, Agee e Dastmalchian. Enquanto Melchior brinca com Elba sobre sua antipatia por ratos de verdade, os quais tiveram que atuar juntos em uma cena recente, Dastmalchian lembra da vez em que deixou seu celular desbloqueado perto de Agee. ”Ele mandou uma mensagem para minha esposa: “Steve Agee é muito mais legal do que eu pensei e meu cocô está queimando agora”, diz o ator.

Falando sobre queimaduras, apesar da maior parte do filme ser filmada no Trilith Studios (antigo Pinewood Studios) em Atlanta, algumas cenas externas foram filmadas no Panamá, onde as temperaturas elevadas adicionaram um nível de sujeira no procedimento. ”Tudo fica mais real na tela”, diz Margot Robbie. ”Sua maquiagem está escorrendo, seu cabelo está verdadeiramente grudado no seu rosto por causa do suor. Tirando isso, descobrimos uns bares de rum legais nos nossos dias de folga e nos divertimos muito.”

Os fãs estão “se divertindo muito” com o material que foi lançado até agora. O trailer de bandeira vermelha lançado em abril quebrou o recorde de 150 milhões de visualizações uma semana depois de seu lançamento. Kinnaman está feliz que, dessa vez, é a visão do diretor que está chegando nos cinemas de forma descomprometida. ”Quando vi o filme completo, senti que era o que nos mandaram fazer”, diz o ator de For All Mankind. Os chefes da empresa tiveram confiança suficiente na visão de Gunn para encomendar uma série spin-off do Pacificador, a qual Gunn e Cena passaram a pandemia filmando em Vancouver; estreará no HBO Max em janeiro.

Enquanto estaremos definitivamente ganhando mais do personagem de Cena, Robbie admite que não tem planos de reprisar Harley Quinn, seja em um outro filme do Esquadrão ou em uma sequência de Aves de Rapina. ”Eu preciso de umas férias da Harley porque ela é cansativa”, diz a atriz, que irá interpretar a Barbie no filme de Greta Gerwig inspirado na boneca. ”Eu não sei quando a veremos novamente”. Mas, Margot, o que você pensa sobre a revelação no começo desse ano, em uma cena ambientada no futuro no final de Liga de Justiça de Zack Snyder, sobre sua personagem morrendo? ”O queee?” diz Robbie, verdadeiramente em choque. ”Eu não sabia disso.” Ela ri. ”Obrigada por me contar!”

Robbie deve ficar menos surpresa se acabar reunindo-se com Gunn, que está aberto à ideia de fazer outra aventura com o Esquadrão Suicida. ”Tive algumas ideias, na verdade”, ele diz. ”Se eu fizesse uma sequência, não seria como: ‘Hey, vamos juntar outra equipe e fazer isso!” Seria muito diferente.” Parece um ótimo squad goals para nós.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Em entrevista para a EW, Margot Robbie disse não saber quando e onde veremos a Harley Quinn novamente. Além disso, ela também disse não ter visto Liga da Justiça de Zack Snyder e compartilhou seus pensamentos sobre o universo cinematográfico da DC. Confira:

Margot Robbie interpretou a Harley Quinn em três filmes durante cinco anos no papel principal em Esquadrão Suicida (2016), Aves de Rapina (2020) e agora em O Esquadrão Suicida de James Gunn (nos cinemas dia 5 de agosto). Mas a atriz diz que vai tirar uma folga de interpreta a supervilã e não sabe quando retorna como Quinn.

”Eu filmei Aves de Rapina e esse filme em sequência, então foi tipo: “Oof, preciso de férias da Harley porque ela é cansativa”, a atriz contou para a EW em junho. ”Não sei quando a veremos novamente. Estou tão intrigada quanto todo mundo.”

Robbie também ficou intrigada ao descobrir o destino final de Harley Quinn, ou pelo menos o destino da personagem que foi detalhado no final da Liga da Justiça de Zack Snyder. SPOILER:Como aqueles que assistiram ao filme sabem, uma das sequências concluintes do filme se passa em um futuro apocalíptico onde o Batman de Bem Affleck descreveu como Quinn morreu em seus braços.

Na verdade, quando a EW conversou com Robbie, ela não tinha visto a sequência e não estava ciente da morte de sua personagem, até que contamos para ela.

”O queee?” disse Robbie, genuinamente em choque. ”Eu não sabia disso. [Risos] Obrigada por me contar!”

Então, uh, o que ela acha?

”Acho que é como os quadrinhos”, disse Robbie. ”Acho que a versão cinematográfica do universo da DC é muito parecida com os quadrinhos. Você pega um quadrinho e algo está acontecendo, você pega outro e talvez aquele personagem não esteja vivo, talvez aquele personagem não esteja com aquela pessoa, talvez aquele personagem esteja com a aparência completamente diferente. Cada filme é sua propria coisa e acho que isso funciona no mundo dos quadrinhos e dos filmes da DC. Não é como na Marvel onde tudo é obviamente mais ligado de uma forma linear. Parece que temos tantas histórias, mundos e filmes adjacentes acontecendo ao mesmo tempo, assim como nos quadrinhos. Então, é, eu não sabia disso, mas não muda necessariamente o que outras pessoas podem fazer com esse universo, não acho. O que um diretor decide não dita o que outro pode pegar e fazer com o mundo e com os personagens, o que é legal. Acho que é um aspecto atraente para os diretores do mundo da DC, eles podem fazer o próprio filme, do jeito que o James fez. Ele não foi obrigado a continuar a versão que David Ayer (diretor de Esquadrão Suicida) começou. Ele pôde pegar e fazer sua própria versão, o que tenho certeza que foi mais atraente para ele.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Faltando um mês para a estreia de O Esquadrão Suicida, a revista Empire colocou a Força Tarefa X na capa da edição de agosto e entrevistou o elenco e equipe do filme para saber mais sobre a produção. Confira a tradução abaixo:

Ele fez um filme de super-herói e ficção científica estrelando um guaxinim falante e uma árvore viva, pelo amor de Deus. Mas com O Esquadrão Suicida, ele se superou. É sua homenagem aos filmes de guerra de antigamente, como Os Doze Condenados e Os Guerreiros Pilantras. Só que conta com um cara em uma roupa de poá. E um tubarão que anda. E uma estrela-do-mar enorme e monstruosa. Chamada Starro. O que?

Uma não-muito sequência para um original não-muito querido, O Esquadrão Suicida é um filme bagunçado em uma missão – assim como sua variada seleção de antagonistas protagonistas. Eles são soltos em uma ilha sul-americana dominada por um golpe, chamada Corto Maltese, para destruir um laboratório da época nazista. E o filme? ”Eu só queria que fosse o mais divertido possível”, Gunn conta para a Empire. ”Tem coisas emocionais nele, mas queria que fosse uma jornada divertida acima de tudo. Então, essa doideira toda é o que acho divertido.”

Ao conversar com Gunn e uma dúzia de seus colaboradores, é mais claro do que nunca que o que ele acha divertido é apenas estranho pra caramba. E louco. E muito ambicioso – fazendo desse o filme mais perturbado que qualquer um deles já fez…

OS PARTICIPANTES INSANOS
James Gunn (roteirista-diretor):
Warner Bros. entrou em contato não muito tempo depois da demissão de Guardiões da Galáxia: Vol. 3 [temporariamente, após uma fúria nas redes sociais por conta de uns tweets ofensivos antigos] e me ofereceu praticamente o catálogo inteiro da DC. Eles ficaram incrivelmente surpreses que eu não queria fazer Super-Homem ou Lanterna Verde. Eu queria Esquadrão Suicida. Pensei que poderia fazer algo completamente bizarro nunca visto antes, com um grupo de supervilões de segunda categoria forçados a lutar com algo que provavelmente não acreditam.
Peter Safran (produtor): James tinha carta branca, mas claramente havia alguns elementos interessantes no primeiro filme e ele pôde escolher. Quero dizer, quem não ama Margot Robbie como Harley Quinn?
Margot Robbie (Harley Quinn): Eu estava curiosa para ver a Harley na versão do James. Ela está um pouco mais pé no chão nesse filme e está no modo missão. Essa é a versão dela de um dia de trabalho, acho. Sim, ela está de volta em Belle Reve [prisão] e precisa fazer essa missão para diminuir sua sentença, mas acho que Harley vê isso como uma excursão divertida. Ela não se importa em receber aquela ligação da Amanda Waller porque algo louco acontece sempre que ela atende, e ela entra nesse grupo de pessoas novas para implicar e brincar.
Gunn: Muito disso foi minha parte, porque eu estava penas jogando esses personagens lá. Mas penso que o personagem do Idris Elba está no centro do filme de muitos jeitos. Apesar disso, sua escalação foi uma situação rara. Sabia que queria trabalhar com o Idris. Eu o amo desde que era Stringer Bell em A Escuta. E eu sabia quem esse personagem seria, em termos de características, e a super masculinidade que ele tem e que é confrontada por essas outras forças, a maioria delas feminina. Mas eu não sabia qual super-herói ia usar.
Idris Elba (Sanguinário): James e eu deixamos claro que não estávamos reprisando o Pistoleiro do Will Smith e não era uma substituição, também. Houve muita discussão sobre isso. Mas eu estava confortável com o fato de que James ainda não sabia exatamente o que era. Nós realmente só queríamos trabalhar um com o outro e confiei que James tinha uma visão.
Gunn: Na verdade, liguei para Geoff Johns[antigo chefe de comunicações da DC Entertainment] e disse: “Quem são os caras que usam armas?” Porque eu já tinha o Pacificador e sabia que eles teriam as mesmas habilidades e uma briga causada pela masculinidade tóxica. Então eventualmente cheguei no Sanguinário.
Elba: Ele é um mercenário que é incrivelmente habilidoso em lutas, tiros e assassinatos, basicamente. Foi muito divertido trabalhar com John Cena como Pacificador. Ele é um gênio do improviso, então foi muito bom fazer repetições com ele e construir essa rivalidade natural.
John Cena (Pacificador): No primeiro dia de filmagens, eu estava tentando ser como Lee Ermey em Nascido para Matar: muito rígido, condescendente, disciplinado pela destrução. Mas James disse: ”Para, esse não é esse cara. Ele é como um Capitão América idiota.” E esse foi o começo do Pacificador. Me deram muita liberdade para ser idiota, e acho que é de onde vem tantas piadas. Mas, cara, todos no set eram muito melhores do que eu e me fizeram ser melhor. Margot, Idris, até o dublê do Tubarão-Rei, Steve Agee. Todos me fizeram um artista melhor.
Steve Agee (Tubarão-Rei no set): O Tubarão-Rei é apenas um grande tolo. Ele realmente é o que você imaginaria se um tubarão pudesse andar: motivado por seus instintos básicos.
Gunn: É divertido trabalhar com o Tubarão-Rei porque sua habilidade emocional é incrivelmente limitada. Afinal, ele é um peixe. Escrevi pensando no Sly [Stallone, para dublar], quem eu conheço há um tempo e gosto muito. Mas me convenceram a não falar com ele e nós contratamos dois outros dubladores que não eram certos. Eu pensei: ”Cara, esse personagem é ruim?” Estava procurando aquele momento Vin Diesel como Groot. Então, finalmente liguei para o Sly pessoalmente e disse: ”Criei esse personagem canibalístico e incrivelmente estúpido que é um híbrido de humano com tubarão, e escrevi para você…”
Peter Safran: A resposta imediata foi sim. Foi o sim mais rápido e fácil que já ouvi. Acho que o Stallone amou o papel integral do Tubarão-Rei no filme, e o fato de que ele é claramente um dos favoritos dos fãs ajudou. Na verdade, estou usando uma blusa do Tubarão-Rei agora enquanto nos falamos.
Daniela Melchior (Caça-Ratos 2): Minha personagem é uma típica millennial. Assim como eu, ela é de Portugal. Ela é preguiçosa e tem postura ruim, não sabe como correr, como atirar em alguém ou como chutar traseiros. Mas acho que ela tem o maior coração de todos do Esquadrão. Ela sempre está tentando encontrar amor nos outros membros e pode controlar ratos. Você pode achar que ela não é forte o bastante para estar no Esquadrão Suicida, mas no final do filme você entende o motivo.
Peter Capaldi (O Pensador): Sou um gênio do mal! Sempre quis interpretar um. O Pensador é muito inteligente, muito manipulador e malvado, além de um tanto decadente.
Agee: James faz um ótimo trabalho em pegar esses personagens que ninguém nunca ouviu falar – Bolinha? – e torná-los tão complexos e trágicos para que as pessoas os amem.
David Dastmalchian (Bolinha): Se você pesquisar Bolinha no Google, acho que ele aparece como o pior vilão da DC de todos os tempos. Mas, nesse filme, seu poder é uma maldição. É algo que ele resiste. Eu mesmo tenho vitiligo, tenho manchas sem pigmento por todo o meu corpo, e é algo que me zoavam muito quando eu era criança. Então, quando comecei a ler e aprender sobre o Bolinha, senti todas essas conexões entre nós. Não há nenhum personagem descartável nos filmes do James. Ele não cria pasto.

OS VISUAIS INSANOS
Gunn:
Gostei da ideia dessas estéticas diferentes, como se você estivesse trazendo cada um desses personagens de um filme ou série de TV diferente. O Pacificador é de uma série de TV de 1970; o Sanguinário é um personagem mais moderno e assustador; Caça-Ratos 2 é de algum filme de Jogos Mortais; Dardo (Flula Borg) parece ridículo; Savant (Michael Rooker) é um pouco descolado, mas também Def Leppard de jeitos errados; a Harley é a Harley! E eles são enviados juntos para esse mundo natural e real que apresentamos com Corto Maltese, que é bem pé no chão.
Robbie: Era evidente que James estava buscando essa vibe de filme de guerra dos anos 70, que é absolutamente um dos meus gêneros favoritos.
Judianna Makovsky (figurinista): Decidi começar com o figurino mais difícil: Bolinha. Como você faz isso sem parecer idiota? Então, me baseei em uma roupa de verdade. Não é uma meia-calça ou um macacão, é uma roupa de piloto, o que penso que ajudou a tornar o personagem mais acessível.
Gunn: Uma semana depois, entrei no escritório da Judianna e olhei para o computador onde tinha o desenho do Bolinha exatamente como está no filme hoje. Pensei: ”Ora, acho que esse filme não vai ser tão difícil de planejar como achei!”
Cena: Lembro de ver o capacete do Pacificador e o James tinha esse olhar malandro, pensando que eu ia odiar. E eu amei pra caralho. É incrível.
Makovsky: Fizemos tantas variações do capacete dos quadrinhos – que, como o Sanguinário diz no trailer, realmente parece um assento de vaso sanitário – até que chegamos em algo que você pudesse realmente usar. Pensamos que o John usaria só algumas vezes no filme, mas ele queria usar o tempo todo!
Cena: Não tenho medo de me zoar e não tenho medo de ficar envergonhado. Se você está investido no que você faz, fica mais absurdo.
Melchior: Acho que eu tenho o melhor figurino com todos os cintos, bolsos e coisas. Amo o fato de não ser sexy. Isso é muito legal para uma atriz em seu primeiro papel americano. Não estou mostrando nada!
Makovsky: O figurino mais difícil foi o do Sanguinário porque não tínhamos certeza de quais eram seus poderes no início.
Gunn: Nos quadrinhos, ele entra em um cofre secreto de guerra em outra dimensão e pode escolher qual arma usar. Pensei: ”Como posso adaptar isso para as telas de um jeito legal?” Então nosso equivalente cinematográfico a isso é seu uniforme que tem todas essas peças diferentes que se transformam em várias armas.
Makovsky: James queria tudo prático. Não tem muito CGI. Ele me pediu por algo em que peças do figurino se soltassem e virassem suas armas. Pensei: ”Eu nem sei como fazer isso.” Foi um desafio sério, mas foi muito colaborativo com o departamento de acessórios, entendendo como essas coisas funcionavam.
Kelvin McIlwain (supervisor de efeitos visuais): Venho de um lugar onde realmente acredito em fazer as coisas fisicamente sempre que possível e tentar capturar com a câmera. Mas um dos grandes desafios era o Tubarão-Rei. James realmente queria que as pessoas acreditassem nesse personagem, e há muitos jeitos de pegar um tubarão, juntar com um humano e dar errado. Precisou de muito esforço e tempo ajustando ele para que você pudesse encontrar emoção em seus olhos.
Capaldi: Trabalhar com um tubarão falante e uma estrela-do-mar gigante? Uma vez que você esteve em Doctor Who, isso é só outro dia de trabalho. Embora, espero que eles sejam mais convincentes!
Elba: Havia uma piada sobre a estrela-do-mar. Eu dizia: ”Sério? Não podia ser outro animal? Por que uma estrela-do-mar?” E James sempre tinha esse olhar malicioso.
Gunn: Pensei que Starro, o Conquistador, seria um antagonista perfeito para o Esquadrão Suicida porque eu o amava quando era criança. Ele é geralmente um antagonista da Liga da Justiça, então gosto da ideia de deixar o Esquadrão Suicida lutar com um vilão que foi feito normalmente para os ‘grandões’. Eu tinha muito medo dele, ainda que ele seja completamente ridículo.
McIlwain: Starro foi um desafio único. Ele é esse personagem rosa choque com azul atrás e um olho gigante no meio. Mesmo antes de começarmos a filmar, trabalhamos com a Weta Digital para entender como essa coisa anda? É uma criatura de aparência tão bizarra. Mas tudo é sempre enraizado na realidade. Fomos até Colón, no Panamá, para filmar essa sequência enorme do terceiro ato. Foi um lugar muito difícil de filmar, mas escaneamos 500 prédios lá e construímos no nosso trabalho em CGI.
Beth Mickle (designer de produção): Filmamos muitas externas no Panamá para Corto Maltese, mas quase todo o resto construímos no Pinewood Studios em Atlanta. Incluindo um set gigante em uma área adjacente, que era o exterior de Jotunheim [laboratório e prisão da época nazista]… e uma praia.
Capaldi: Um dia, os outros atores disseram: ”Vamos para a praia agora!” Pensei: ”Oh, que legal. Não sabia que tinha praia em Atlanta.” Mencionei isso para alguém e disseram: ”Não, eles construíram uma praia.” Eu disse: ”O que?”
Safran: Foi o maior orçamento para construção que a Warner Bros. já aprovou. Nós construímos os interiores do palácio. Construímos a selva. E a equipe da Beth construiu uma praia de 80 metros na área adjacente.
Gunn: É insano. Tínhamos um oceano com ondas. Foi um lugar incrivelmente prazeroso de estar porque era como estar em uma praia de verdade, mas sem ter que se preocupar com os geradores, as ondas e a mudança de maré.
Robbie: Lembro que estávamos tentando resolver a agenda e eles disseram: ”Temos que começar nessa data porque as palmeiras vão morrer se ficar muito frio em Atlanta.” E eu pensei: ”Palmeiras? Quantas estão trazendo?”

A AÇÃO INSANA
Makvosky:
O primeiro dia de filmagem foi na praia e com explosões. Pensei: ”Esse realmente é como um filme antigo onde tudo é prático. Estamos soltando rojão nas pessoas, tem sangue. Não fazemos mais isso!”
Safran: Nosso gênio dos efeitos especiais é Dan Sudick, que fez todos os filmes da Marvel. Ele disse que nesse filme há mais efeitos especiais do que todos os da Marvel juntos.
Charles Roven (produtor): Há uma quantidade tremenda de destruição.
Robbie: Era meu primeiro dia no set e tive meu momento ao correr pela praia enquanto bombas e coisas estavam explodindo ao meu redor. Minha adrenalina estava bombeando porque as pirotecnias eram reais. A pólvora era de verdade. As explosões eram reais. Tive meu momento filme de guerra que sinto que as meninas nunca têm.
Dastmalchian: Me senti no meio de O Resgate do Soldado Ryan com Os Vingadores. Essa foi a coisa emocionalmente e fisicamente mais desafiadora que já fiz. E é também uma das experiências mais alegres que já tive até agora.
Elba: A sequência em Jotunheim foi incrivelmente complexa, com palcos inclinados e grandes instalações de água. Parece incrível, especialmente quando você sabe que não há muito CGI nesses momentos.
McIlwain: Um aquário explode em cima de um escritório, então Dan Sudick manipulou esses tanques enormes e mangueiras de circulação. Em questão de segundos, conseguimos inundar o set inteiro, e fizemos várias vezes. Foi um grande feito de engenharia.
Agee: Nosso diretor de segunda unidade é Guy Norris, que fez Mad Max: Estrada da Fúria. Eu pude ir até o estúdio adjacente e assisti-lo explodir carros e prédios no set de Jotunheim – sendo completamente Mad Max, enquanto eu esperava pela minha próxima cena.
Gunn: Eu conheço Guy há 20 anos porque trabalhei com ele no primeiro filme de Scooby-Doo, e ele é um coordenador de ação que vejo completamente de acordo. Há um pensamento desconfortável sobre ação que aconteceu em grandes filmes recentemente onde acaba sendo uma luta completa no final sem nenhum movimento. Mas o Guy realmente entende os aspectos da ação que contam uma história.
Guy Norris (diretor de segunda unidade/coordenador de ação): Cada pedaço da ação possui sua própria estrutura, uma estrutura de três atos, assim como o roteiro. Há uma sequência com a Harley onde ela avança entre esses cômodos diferentes e cada um conta uma história.
Gunn: Harley batendo naqueles guardas foi minha sequência de ação favorita. Eu apenas amo a Margot. Muitos atores faltam os ensaios de ação e de luta, mas ela trabalhou muito duro.
Norris: Margot é incrível. Ela é uma atleta. Um dos meus mantras é: quero filmar o ator de frente em vez de filmar o dublê de costas. E a Margot se jogou com tudo.
Robbie: Eu sabia que James estava muito animado para essa sequência, então não queria desapontá-lo. Mas foi muito divertido filmar. Lembro de assistir pela primeira vez. Foi tipo: ”Puta merda, essa é uma das sequências mais legais que vou fazer na minha vida.”

O DIRETOR INSANO
Cena:
Quando as pessoas me perguntam: ”Ei, o que podemos dizer para os fãs sobre O Esquadrão Suicida?” O melhor que posso fazer é só dizer: ”Eles não estão prontos para assistir. Eles precisam do filme em suas vidas, mas não estão prontos para assisti-lo.”
Norris: Não existe normal no mundo do James. Ou melhor, rapidamente se torna normal se encontrar falando sobre personagens loucos e exagerados como Starro ou Tubarão-Rei.
Safran: Ele disse que esse foi o máximo de diversão que já sentiu fazendo um filme e essa alegria passou para a produção inteira. Foi uma experiência alegre porque é realmente uma versão sem edição de James Gunn.
Roven: Ele tem uma vibe incrível e sempre se diverte muito enquanto está filmando.
Melchior: Ele estava preparado todos os dias. Senti que podia confiar nele porque ele estava pronto para filmar meses antes. Somos os brinquedos dele, entende?
Robbie: James é capitão de um grande navio, mas há música e você ri e se diverte. É muito legal estar no set com alguém que está se divertindo enquanto está lá.
Elba: Ele tem um senso de humor perverso. Ele se senta na cadeira com um microfone e retruca os atores, apenas nos encorajando a ir mais fundo na improvisação. Sua imaginação é muito louca, mas ele é bem preciso como diretor. Ele tem terabytes de imagens em sua cabeça, do que ele quer ver ser feito.
Gunn: Em O Esquadrão Suicida, eu podia ir para qualquer lugar que quisesse. Digo, a Marvel realmente me deixa ter muita liberdade, mas ainda estou fazendo um filme para menores. Então, amei a abordagem sem tabus de conseguir fazer esse filme enorme – sem regras!
Dastmalchian: Quando assisto James no monitor e vejo seu rosto se iluminar quando consegue o que esperava, meu coração se enche de alegria. Não existe ninguém melhor para contar essa história. Por isso que estou tão animado para fazer parte de sua visão do Esquadrão Suicida, por ser tão obscura, dramática, engraçada e grande. É todas essas coisas na escala cem. É o James.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

A revista Total Film visitou o set de O Esquadrão Suicida em Atlanta em 2019 e deu detalhes sobre algumas cenas gravadas no dia. Eles também conversaram com os atores e equipe enquanto estiveram por lá. Confira:

James Gunn diz que os sets de O Esquadrão Suicida são os maiores que a Warner Bros. já construiu – e agora, não temos motivos para duvidar dele. É novembro de 2019 e estamos em um telhado abandonado em uma cidade Sul-Americana, com metal amassado, pilhas de tijolos e antenas de TV por todos os lados. Na verdade, a única coisa que entrega que estamos realmente no Pinewood Studios em Atlanta é tela azul gigante cobrindo as paredes desse grande soundstage, no lugar da paisagem da cidade que será adicionada mais tarde através da mágica do CGI. Para enfatizar ainda mais a escala do filme, a produção recebeu toneladas de areia para criar uma praia interna.

Resumindo, o diretor e roteirista de Guardiões da Galáxia está fazendo seu melhor para manter as coisas com o pé no chão agora que está enviando os piores dos piores da DC em uma missão em uma área controlada pelo inimigo – aquele tipo de esquema onde todo mundo é descartável. ”Amo ver as coisas no set enquanto elas acontecem”, Gunn conta para a Total Film e GamesRadar+ durante uma breve pausa nas filmagens. ”E amo dar algo para os atores e para o pessoal das câmeras lidar com praticidade. Por ter tantos sets práticos enormes nesse filme, acho que isso faz da experiência mais rica e criativa. O Esquadrão Suicida tem mais efeitos práticos do que todos os meus filmes anteriores juntos.”

”Sempre prefiro fazer tudo o mais prático possível” concorda Margot Robbie, quem – após Esquadrão Suicida e Aves de Rapina – está aparecendo pela terceira vez como Harley Quinn.

”Já fiz filmes anteriormente onde não sabia o quão grande seria uma coisa porque era feito em CGI, então quando vi no cinema, pensei: “Ok, se eu soubesse que seria assim, minha reação teria sido muito diferente.” Quando é feito de forma prática, você recebe uma onda de adrenalina que não pode replicar, não importa o quanto você está forçando sua imaginação. Uma de nossas primeiras cenas foi filmada em uma praia, realmente saindo da água e correndo na areia. Explosões estavam acontecendo ao meu redor como em uma zona de guerra, e você realmente não pode replicar suas reações do mesmo jeito quando alguma coisa explode no seu rosto!”

Bem-vindos a Corto Maltese
Esse improvável pedaço de solo sul-americano nos Estados Unidos é Corto Maltese, uma ilha (fictícia) ao largo da costa da Argentina. Estamos aqui porque a agente do governo Amanda Waller (interpretada por Viola Davis) despachou os presidiários de Belle Reve em outra missão ultrassecreta da Força Tarefa X.

”Recentemente houve um golpe militar”, explica o produtor Peter Safran, ”e em Corto Maltese existe um prédio de experimento médico/prisão chamado Jotunheim. Amanda Waller está enviando o Esquadrão Suicida para Corto Maltese para destruir Jotunheim antes que os líderes do golpe militar descubram os segredos que estão lá dentro. Essa é a missão.”

Nesse ponto da operação, uma pequena parte do Esquadrão Suicida chegou no nosso telhado em Corto Maltese. A Harley Quinn de Margot Robbie é familiar, é claro (apesar de seu vestido vermelho ser um novo visual), enquanto Joel Kinnaman está de volta do filme de David Ayer de 2016 para liderar o grupo como o militar estadunidense Rick Flag. Além desses dois, no entanto, a formação é desconhecida – lembrando que a Warner e a DC deram carta branca para Gunn reformular o Esquadrão como quisesse.

A cena de hoje conta com o pacifista agressivo Pacificador (John Cena); o assassino de elite Sanguinário (Idris Elba); a amiga dos roedores Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior); o “sim, ele realmente é um personagem dos quadrinhos” Bolinha (David Dastmalchian); e algum cara aleatório pegando entulhos em um balde (não sabemos se isso conta como superpoder…)

O ator Steve Agee também está presente no set como substituto do membro aquático do Esquadrão, Tubarão Rei, enquanto o antigo Doctor Who, Peter Capaldi, recebeu uma transformação radical para interpretar o Pensador – com sua cabeça grande e careca apimentada com componentes elétricos, ele parece uma versão de alto orçamento do inimigo do Senhor do Tempo, Davros.

São muitas pessoas – e um peixe – que nunca deveriam estar no mesmo cômodo juntos, muito menos recrutados para uma missão militar de alta prioridade. Isso, no entanto, deve ser grande parte da diversão quando O Esquadrão Suicida chegar nos cinemas em agosto.

”Algo que notei sobre a Harley desde o início é que ela sempre se diverte mais em dinâmicas de grupo”, diz Robbie. ”Sempre disse que deixar a Harley sozinha seria como uma criança desacompanhada em um parquinho. Nunca vai ser tão divertido quanto ter várias crianças para brincar. Quando ela está em um grupo, você consegue ver a maior parte de sua personalidade porque ela vai ter mais pessoas para brincar, implicar, se apaixonar, apunhalar, qualquer coisa. Ela sempre decide como se sente sobre as pessoas ao seu redor e age de acordo, o que é sempre imprevisível.”

Na cena de hoje (mostrada no primeiro trailer do filme), Harley formou uma equipe de interrogação incomum com Flag e Sanguinário – policial bom, policial mau e policial pior ainda? – para tirar informações do Pensador. Os pontos principais? Se ele falhar em ajudá-los, ele morre. Se ele tiver placas personalizadas, ele morre. Se ele tossir sem cobrir a boca? Usar uma apóstrofe incorretamente? É, você entendeu…

Apesar de parecer uma cena simples no papel, as variações de falas – há várias interjeições para maiores do Pacificador – e o fato de que os atores precisam encaixar suas palavras ao redor da tela rapidamente, nós temos mais de duas dúzias de interpretações da sequência.

”Isso não é comum”, diz Gunn. ”Fizemos 27 tomadas ou algo assim, acho que é o máximo que já fizemos no filme todo!”

Traga os suspeitos incomuns
Deixando o telhado para trás, somos levados para uma sala que parece ser o centro nervoso da operação de O Esquadrão Suicida (codinome El Dorado). É uma chance de aprender mais sobre Corto Maltese, com as paredes decoradas com fotos do presidente bem-vestido do país (ele tem uma coisa com papagaios, aparentemente), a bandeira (para os loucos por trivia, é feita de listras vermelhas, amarelas e azul, com um sol e uma estrela fazendo parte do design), e arquitetura.

Como a designer de produção Beth Mickle explica: ”James queria que tudo que estivesse fora de Corto Maltese fosse meio cinza, sombrio e monótono, e assim que chegássemos em Corto Maltese, ele queria que fosse uma explosão de cores assim como o Panamá e Havana. Ela queria que tudo naquela parte do filme fosse vívido e vibrante. Nós observamos a paleta de cores das ruas de Colón, no Panamá, com vívido azul cor de água, rosa choque e muito roxo.”

Nesse centro de inteligência, também podemos ver designs de armas – espadas, luvas para disparo de flechas, o bastão da Caça-Ratos 2, o bumerangue do, er, Capitão Bumerangue.

Enquanto isso, no lugar das fotos de fichas criminais que você geralmente associa com um grupo de bandidos, totens em tamanho real dos personagens estão espalhados pelo cômodo. É como se estivéssemos olhando para nosso próprio remake de Os Suspeitos que acontece de ter um grande tubarão branco que anda em sua formação – Keyzer Söze, morra de inveja.

”Amo a versão original de John Ostrander de Esquadrão Suicida onde o conceito simples é um monte de supervilões B, C ou Z que são agrupados porque são considerados descartáveis”, diz Gunn. ”Acho que isso é o que está no centro desse filme. É filme militar, que era um gênero muito popular nos anos 60 como Os Doze Condenados, Desafio das Águias e Os Guerreiros Pilantras, e desapareceu largamente das telas hoje em dia. Conseguir criar esse tipo de história com uns caras usando fantasias idiotas tem sido muito divertido.”

Eles não mais idiotas do que o Bolinha (aka Abner Krill), um antigo vilão da DC que fez sua estreia nos quadrinhos nos anos 60 e tem a habilidade de jogar bolinhas cheias de energia em seus inimigos. A pergunta de milhões de dólares é: como um dos supervilões mais estranhos da história consegue entrar em um filme hollywoodiano de alto orçamento?

”Bolinha é ótimo, mas pensei que precisava de um personagem que é visto como um dos mais idiotas”, Gunn admite. ”Então, procurei online: “Quem é o personagem mais idiota da DC?” e era o Bolinha. Nós transformamos aquele personagem triste e patético em um que é depressivo porque as pessoas o acham idiota. Ela tem uma história muito trágica que você fica sabendo no decorrer do filme – conseguir adicionar profundidade nesses personagens que são considerados os mais bobos é uma coisa divertida para mim.”

”Posso lhe contar que meu personagem Abner é alguém que passou a vida inteira com muita dor, muita vergonha e muita solidão por causa de sua condição”, explica David Dastmalchian. ”Essa condição foi algo que ele decidiu em um certo momento que seria melhor utilizada para machucar outras pessoas ou para performar atos de crime, para que então ele conseguisse um pouco de vingança contra o mundo cruel e injusto. As coisas não foram muito bem na vida de Abner basicamente desde o primeiro dia, então quando o encontramos na história, ele é uma pessoa que nunca foi parte de nada, então mesmo que no meio de criminosos, ele talvez tenha encontrado um dos primeiros momentos de sua vida onde é parte de algo.”

E há mais sobre o Bolinha do que simplesmente jogar pontinhos em um lugar. No set, vemos uma cena teste onde a cabeça de Abner está brilhando e crescendo em proporções perturbantes. É um pouco de terror corporal que imita a estreia de Gunn como diretor, Seres Rastejantes, e sugere que o Bolinha nunca vai ser tratado como uma figura divertida novamente.

”É tudo o que eu sempre sonhei em fazer como ator!” Dastmalchian diz. ”Desde que eu era menino assistindo Boris Karloff e Lon Chaney, sonhando em fazer uma performance completamente incorporado em maquiagem prática intensa… É claro, teremos efeitos especiais incríveis – e temos a melhor equipe da indústria nesse filme – mas James quer muita praticidade realista no que o público vai experienciar. Estou animado para verem.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil