Margot Robbie foi capa da edição francesa da revista ELLE nessa semana e falou sobre Bela Vingança, filme de Emerald Fennell indicado em Melhor Filme no Oscar e produção da LuckyChap, sobre sua parceria com a Chanel e uma pequena atualização sobre Barbie. Confira as fotos e a entrevista abaixo:

Você é atriz e produtora. O que você prefere?
É difícil dizer porque não me defino por um rótulo. Sinto que faço parte de um processo criativo atualmente no mundo dos filmes e da televisão. E, nos dois casos, eu me envolvo para ter certeza de que a visão do diretor será a mais fiel possível do que ele quer levar para a tela. Com atriz, faço um trabalho limitado. Como produtora, sigo todos os passos para trazer um projeto para a vida. Essas duas coisas são muito emocionantes.

O que você tinha em mente quando criou sua produtora, a LuckyChap Entertainment?
Foi muito simples. Comecei essa aventura com amigos próximos. Eu estava sendo guiada por um desejo recorrente. Cada vez que lia um roteiro, eu tinha a mesma conclusão. O único papel que eu queria em um filme era o masculino. Eu achava mais elaborado, mais rico, mais complexo, com uma dimensão humana que me tocava. Ao lado desses papéis, o feminino parecia mais triste, mais normal. Compartilhei isso com meu pequeno grupo e concordamos que tínhamos que procurar cenários onde as mulheres estariam interpretando os papéis mais interessantes. Isso significava que teríamos que dar chance aos novos roteiristas. Nosso objetivo é atuar como um trampolim para mulheres na frente e por trás das câmeras.

Como em Bela Vingança, de Emerald Fennell, o qual você produziu e ganhou quatro indicações ao Golden Globe e cinco indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme.
Exatamente. Isso prova que estávamos certos em confiar na Emerald, que queria dirigir seu primeiro filme. Seu projeto era óbvio para nós. Tínhamos que ajudá-la a tornar seu sonho uma realidade.

Bela Vingança conta a história de uma jovem mulher que está se vingando do assédio sexual sofrido por sua melhor amiga. Esse é um filme feminista?
Muitas pessoas dizem que esse filme nasceu do movimento #MeToo. Eu não vejo dessa forma. Isso me lembra de uma conversa que escutei entre duas mulheres. Uma delas perguntou: “Você é feminista?” e a outra respondeu: “Sou uma mulher. Como posso não abraçar a causa das mulheres?” Como todo mundo, quero igualdade em todas as áreas. Esse filme é dirigido por uma mulher, há uma perspectiva feminina e o papel principal é interpretado por uma atriz, Carey Mulligan.

Você observa as mudanças no ambiente do cinema?
Sou otimista por natureza! Esse problema vai além do mundo do cinema. Nesse período pós movimento #MeToo, vejo o começo da mudança. Certos comportamentos não são mais tolerados. As pessoas estão prestando atenção. Quando estão a ponto de dizer algo, eles pensam duas vezes, como se o cérebro estivesse dizendo: “Pausa!” Como resultado, sinto que ouço menos palavras inapropriadas contra mulheres. Mesmo que esses detalhes sejam mínimos, acho encorajador para o futuro.

Você esteve ao lado de Nicole Kidman e Charlize Theron no filme O Escândalo, que expôs o assédio sexual em uma emissora de televisão e foi uma notícia bombástica.
Quando cheguei na última página do roteiro, fiquei envergonhada. Em um estado de choque. Honestamente, não achei que tal coisa havia acontecido. Eu estudei, estou na frente de uma empresa onde refletimos o lugar das mulheres no mundo. Assédio sexual é inconcebível, não estava ciente disso. Sim, precisei fazer parte desse projeto e denunciar esse escândalo.

Como está o progredindo o projeto para o filme da Barbie? Ela vai ser uma heroína feminista?
Não posso falar sobre isso ainda, mas a produção está avançando. A ideia do filme fala por si própria…

Sua mãe te fez ciente da causa das mulheres?
Quando criança, eu não considerava minha mãe um exemplo de mulher, ela era apenas minha mãe. Somente com o tempo pude perceber o tanto que ela conquistou e todos os sacrifícios que ela fez… Pensei comigo mesma: “Que vida! Que mulher!” Minha mãe é uma mulher forte com uma grande noção de responsabilidade. Éramos quatro crianças e ela nos criou sozinha. Não foi fácil. Como muitas mães, ela precisou ser responsável. Eu nunca a vi se sentar em uma cadeira e sentir pena de seu sofrimento ou se parabenizar por ser uma supermãe e esperar elogios. Nunca. Autocongratulação não faz o estilo dela. Eu admiro sua persistência, sua determinação. Ela é o meu maior exemplo de mulher.

Você é embaixadora da grife Chanel. A moda sempre fez parte da sua vida?
O mundo da moda é novidade para mim, eu descubro com admiração. Estou ciente da oportunidade oferecida a mim pela Chanel e Virginie Viard (atual diretora artística de moda). O sentimento de fazer parte de uma família sempre esteve presente. Karl Lagerfeld era muito atencioso, ele sempre teve tempo de ser legal comigo, até mesmo durante os preparativos dos desfiles. Roupas sempre tiveram uma importância para mim. É um tipo de arte, uma forma formidável de expressão. Ainda mais se você é atriz. Me lembro dos dias em que me divertia fazendo peças de teatro com meus irmãos, eu gostava de vestí-los. É extraordinário usar as novas coleções, consultar os arquivos da herança da Chanel e ver a evolução dos materiais e formas. Quando subi os degraus de Cannes na estreia de Era Uma Vez em Hollywood ao lado de Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, eu estava usando um magnífico vestido de alta costura da Chanel. Minha mãe estava presente e disse para mim: “Você está entendendo?”

A pandemia impede desfiles e tapetes vermelhos… Essas memórias excepcionais de Cannes possuem uma ressonância ainda maior?
Com certeza. Hoje em dia, não tenho outra escolha a não ser refletir sobre o que passamos. A abordagem é interessante. Muitas imagens de tempos felizes e loucos passam pela minha cabeça. Estou no meio da filmagem do novo filme de David O. Russell. Outro dia, todos os atores estavam com o figurino e estávamos observando uns aos outros. Era um sentimento estranho, um pouco surreal. Era como se estivéssemos voltado aos tempos antes do COVID. “Antes do COVID…” uma expressão magnífica. Todos estão ansiosos pelo retorno da normalidade.

Você é o símbolo do sonho americano?
Na Austrália, nós dizemos que somos da terra da sorte. Hoje, moro na América, a terra da oportunidade. A mistura da sorte com a oportunidade pode te dar uma vida incrível. A minha é.

ATENÇÃO: A entrevista foi feita em inglês, traduzida para o francês e então traduzida de volta para o inglês até chegar no português. Algumas frases podem ter perdido o sentido durante o processo.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot Robbie estampa a nova edição especial da V Magazine em parceria com a Chanel. A edição funciona como um livro de arte e se chama The Chanel Book, custando 110 dólares no site oficial da revista. Outras capas do livro incluem Lily Rose-Depp e Jennie Kim, do girlgroup Blackpink, ambas também embaixadoras da grife. Confira a capa em alta definição na nossa galeria:

O Esquadrão Suicida estampa a capa de dezembro da revista Empire com novas fotos dos bastidores e entrevista com o diretor do filme. O Esquadrão Suicida chega aos cinemas em agosto de 2021. Confira as capas:

Margot Robbie é capa da edição especial do Globo de Ouro da Variety onde ela fala sobre O Escândalo, Aves de Rapina e sobre a LuckyChap. A entrevista ainda conta com citações de Tom Ackerley, Charlize Theron, Christina Hodson e mais, além de fotos lindas que vocês podem conferir na nossa galeria. Leiam a entrevista abaixo:

Margot Robbie teve sucesso ao interpretar pessoas reais no cinema.

Em 2019, ela interpretou Sharon Tate em Era Uma Vez em Hollywood de Quentin Tarantino, e um ano antes, ela foi a Rainha Elizabeth I em Duas Rainhas. Em uma performance que definiu a carreira – a qual ela foi indicada para um Globo de Ouro, Screen Actors Guild Award e um Oscar – Robbie interpretou a famosa patinadora Tonya Harding em Eu, Tonya em 2017.

Abordando o papel de Kayla Pospsil – uma ambiciosa produtora da Fox News que cai na teia de Roger Ailes (John Lithgow) – em O Escândalo, o desafio apresentado foi muito diferente. Ao contrário da Megyn Kelly de Charlize Theron e a Gretchen Carlson de Nicole Kidman, a personagem de Robbie é fictícia, uma composição criada pelo roteirista Charles Randolph para ilustrar o último estágio do assédio e abuso sexual de Ailes – logo antes de sua queda Shakespeariana no verão de 2016.

”Eu não a entendia no começo,” Robbie diz. ”Mas o meu processo é fazer muita pesquisa, considerar cada opinião, saber sobre cada situação, cenário, pensamento e motivação de dentro para fora, para que eu possa chegar no set e soltar tudo isso.”

Ela começou a entender a Kayla usando uma metodologia que o diretor de O Escândalo, Jay Roach, chama de ”um desejo nerd de aprender sobre tudo.” Ela assistiu aos programas da Fox News que a Kayla teria gostado e criou uma conta falsa no Twitter para observar as opiniões performativas de ”jovens garotas conservadoras.” (Robbie não especificou quem ela seguiu, mas imagine as Tomi Lahrens do mundo.)

E ela aperfeiçoou a voz falada da Kayla, mudando seu sotaque australiano para um tom alegre da Flórida. Roach pediu para que Robbie assistisse vídeos de Katherine Harris, a ex secretária do estado da Flórida, que ficou famosa durante as eleições presidenciais de Bush vs Gore em 2000 e foi interpretada por Laura Dern no filme da HBO Recount em 2008. Harris cresceu privilegiada e evangélica na Flórida, assim como Kayla. ”Eu apenas amo os sons das vogais dela – são incríveis,” Robbie diz. Mas Harris não foi sua única referência: ”Todo dia, eu fazia o monólogo de Legalmente Loira,” ela diz, citando a Elle Woods de Reese Witherspoon como o tipo de personagem que é ”incrivelmente inteligente” mas ”subestimada por sua aparência.”

O trabalho duro de Robbie em O Escândalo, que foi lançado pela Lionsgate, valeu a pena. Ela irá competir na categoria de atriz coadjuvante nesta semana no Golden Globes, e também no SAG Awards no dia 19 de janeiro. Ela é uma das favoritas para uma indicação ao Oscar.

O reconhecimento dos prêmios foi o auge de um ano onde Robbie criou um alvoroço por sua interpretação afetuosa de Tate em Era Uma Vez em Hollywood e filmou Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, um spin off de Esquadrão Suicida de 2016 que ela concebeu mais de quatro anos atrás. O filme, onde Robbie estrela e produz, chega aos cinemas no dia 6 de fevereiro. Ela está atualmente filmando O Esquadrão Suicida, de James Gunn, em Atlanta. Está planejado para estrear dia 6 de agosto de 2021.

Várias atrizes como Theron, Whisterspoon, Viola Davis, começaram suas produtoras para produzirem seus próprios filmes. O que é incomum é que Robbie tinha apenas 24 anos quando fundou a dela.

Apenas sete anos antes, ela tinha se mudado de Gold Coast, em Queensland, na Austrália – onde ela cresceu como a terceira de quatro filhos criados por sua mãe – para Melbourne na esperança de atuar profissionalmente. Apesar de não ter dinheiro e de conhecer ninguém, ela foi rapidamente escalada para Neighbours, a icônica novela que também iniciou as carreiras de Liam Hemsworth e Kylie Minogue. ”Não achei que teria algo melhor do que isso para mim,” ela lembra. Quando seu contrato acabou, ela se mudou para Los Angeles, e foi novamente escalada imediatamente: dessas vez interpretando uma aeromoça no elegante mas de curta duração Pan Am da ABC. A partir daí, ela trabalhou constantemente, mas começou definitivamente em 2013 com o papel de chamar atenção como Naomi em O Lobo de Wall Street de Martin Scorsese, onde ela teve o Jordan Belfort de Leonardo DiCaprio comendo em sua mão.

Agora com 29 anos, Robbie comanda a LuckyChap Entertainment, a qual ela fundou com o atual marido Tom Ackerley e seus amigos Josey McNarama e Sophia Kerr, em um escritório com estilo de fazenda em Los Angeles.

Ela conheceu Ackerley e McNamara quando eram assistentes de diretor no drama romântico Suíte Francesa um ano antes, e depois de ficarem bêbados juntos na premiere de Londres de O Lobo de Wall Street, eles decidiram compartilhar uma causa em Clapham, em Londres. (Kerr, amiga de infância de Robbie, era a quarta colega de casa.) A produtora nasceu na mesa da cozinha com o desejo de Robbie criar seu próprio trabalho. Ela lia os roteiros e dizia, ”Eu quero interpretar esse personagem, mas é um cara – como eu faço isso para mim?” McNamara diz. ”E também, ela estava nesse lugar em sua carreira onde ela tinha a habilidade de criar uma produtora, e ela queria apoiar outras mulheres e dar à elas uma plataforma que ela estava conseguindo para si mesma.”

Robbie está envolvida intensamente, algumas vezes até demais. ”Ela lê cada roteiro. Nós falamos para ela não assistir cada um dos nossos diários,” Ackerley diz. ”No final, ela provavelmente faz até demais.”

A produtora e colega de elenco Charlize Theron nota, ”Margot impressiona até meus vasos sanguíneos.” Ela ri pelo o que a frase se tornou. ”Tomando o controle de sua carreira com essa idade, e sendo tão ativa no que ela quer fazer, no que ela quer mostrar – Eu fico um pouco intimidada por ela.”

Os eventos de O Escândalo acontecem antes do movimento #MeToo pós-Harvey Weinstein, mas suas lições ficam em cada cena. #MeToo, que resultou em mudanças sísmicas em como as histórias de mulheres são contadas no cinema, e quem as conta – especificamente, a batalha por mais mulheres como roteiristas e diretoras – causou Robbie e a LuckyChap a olharem para si mesmos. A produtora tinha feito seus três primeiros filmes com homens dirigindo. ”No começo de 2018, fizemos uma decisão consciente de mudar e tentar encontrar mais mulheres nos bastidores,” Ackerley diz.

”Estávamos olhando para nosso próprio trabalho de um jeito diferente,” Robbie diz. ”Alguns de nossos projetos pareceram extremamente relevantes e mais urgentes. E outros pareciam irrelevantes.”

Aves de Rapina era urgente. Com Mary Elizabeth Winstead como Caçadora, Jurnee Smollett-Bell como Canário Negro e Rosie Perez como Renee Montoya. É escrito por uma mulher (Christina Hodson), dirigido por uma mulher (Cathy Yan) e produzido por mulheres (Robbie e Sue Kroll). O filme é um salto ambicioso para a LuckyChap – uma produção de 75 milhões de dólares, para maiores e da Warner Bros./DC Entertainment.

Durante Esquadrão Suicida, Robbie diz que ela se apaixonou pela Harley Quinn, apesar de não conseguir entender o motivo pelo qual a personagem loucamente brilhante e instável ficava em um relacionamento com o Coringa (interpretado por Jared Leto), que ”quer matá-la por boa parte do tempo.”

Ela mergulhou em pesquisas: Leu a peça Fool for Love, de Sam Shepard, sobre um relacionamento destrutivo e ouviu TED Talks de mulheres com esquizofrenia que também eram profissionais de sucesso. Ela entrou de cabeça no mundo da DC Comics, que ela adora. ”Harley tem essa natureza imprevisível que significa que ela pode reagir de qualquer jeito em qualquer situação, o que para um ator é um presente,” Robbie diz.

Um ano antes de Esquadrão Suicida estrear, com a bênção da Warner e da DC para explorar um spinoff da Harley, Robbie se encontrou com a roteirista britânica Hodson, com quem ela compartilha o agente. Durante o brunch, que virou pizza e mimosas, elas se conectaram.

”Uma hora e meia depois, estávamos bêbadas em uma manhã de quarta feira, e somos amigas desde então,” Robbie diz. ”As ideias começaram a aparecer.” Pessoalmente no Four Seasons Hotel em Beverly Hills, Robbie exala entusiasmo, falando com animação sobre tópicos como Harry Potter (”Eu leio repetidamente”), a química de Kayla com a personagem de Kate McKinnon, Jess Carr, em O Escândalo (”Eu secretamente quero um spinoff onde Kayla e Jess vão viajar de carro com suas visões políticas opostas e seu romance florescente”) e o escritório da LuckyChap (”Parece uma casa legal!”) – é fácil imaginar esse almoço embriagado e de muito brainstorm.

Com a estreia em agosto de 2016, Esquadrão Suicida foi recebido com algumas das piores críticas para um filme de quadrinhos, mas os críticos e os fãs concordaram que Robbie era a melhor coisa nele. O filme fez 746 milhões de dólares mundialmente, uma sequência foi aprovada – os críticos que lutem – e a LuckyChap assinou um contrato com a Warner Bros.

Quanto a visão de Robbie para Aves de Rapina, Hodson diz: ”Ela realmente queria ver a Harley com amigas, a Harley com um grupo de meninas. Harley é uma personagem naturalmente sociável. E eu acho que havia um desejo natural de ver meninas juntas na tela – mulheres sendo amigas.”

Ackerley concorda sobre os motivos de Robbie. ”Ela tem um grupo de amigas em Londres, na Austrália, aqui,” ele diz. ”Elas vivem vidas divertidas e animadas. E ela ficou tipo, ‘Eu não vejo isso no cinema.’” Ela também queria que o filme fosse para maiores, e como Deadpool ainda não havia estreado, não havia precedentes – e ”foi preciso convencer um pouco,” Robbie diz.

Robbie e Hodson se encontravam para assistir filmes e para discutir ”quadrinhos que amamos, filmes diferentes que amamos,” Robbie diz. Elas assistiam algo como Trainspotting: ”Como nós alcançamos esse sentimento de caos, mas que tudo pareça satisfatório?” ela se pergunta. Uma de suas sessões durou 13 horas, Hodson lembra. ”Eu estava no teclado e ela estava fazendo cartões com a história. Ela é extraordinária nisso. Eu certamente não conheço outro ator que faria isso como ela.”

As duas se deram tão bem que quando Hodson teve uma ideia para aumentar o número de mulheres roteiristas, elas decidiram criar o Lucky Exports Pitch Program, uma sala de roteiristas de quatro semanas para seis escritoras; quatro das selecionadas foram mulheres de cor. (A própria Hodson é meio-taiwanesa.) Cada uma veio com várias ideias, e agora, com o programa encerrado, todas tem propostas sólidas – e Hodson e a LuckyChap anexados como produtores. ”Vamos sair por aí e propor para todos os estúdios, e com sorte, vamos vendê-los e fazê-los,” Robbie diz.

Quando se tratou de achar um diretor para Aves de Rapina, Robbie e os outros produtores – que naquele ponto incluía Kroll, a chefe de marketing de longa data da Warner que agora é dona da Kroll & Co. Entertainment, e o produtor de Eu, Tonya Bryan Unkeless – estavam convencidos de tentar contratar uma mulher. Mas, assim como Eu, Tonya foi dirigido por Craig Gillespie, eles queriam encontrar a melhor pessoa para o trabalho. No final, Yan, uma diretora chinesa-americana que o único crédito em filme era o independente Dead Pigs de 2018, conseguiu o trabalho. ”Ela falou sobre a paleta de cores estética, como ela queria filmar a ação, como ela queria que o figurino refletisse a personalidade dos personagens,” Robbie diz. ”Foi perfeito.”

O filme, como seu subtítulo insinua, começa após o término da Harley com o Coringa. Robbie confirma que a encarnação de Leto no personagem não aparece, nem mesmo como participação especial. Quando ao outro Coringa, Robbie acha que Joaquin Phoenix ”fez um trabalho fenomenal.” Mas ela diz que Aves de Rapina não se parece em nada com o filme de Todd Phillips: ”Eu sinto que Coringa foi mais pé no chão. O nosso é diferente. É aguçado.”

Aves de Rapina será o primeiro de cinco grandes filmes lançados em 2020 feito por mulheres: Mulan de Niki Caro, Viúva Negra, de Cate Shortland, Mulher Maravilha 1984, de Patty Jenkins e The Eternals de Chloé Zhao são os outros. É um reflexo do movimento glacial de Hollywood para o progresso, Kroll diz, onde ”mulheres fazem parte da conversa agora.” Kroll ama o resultado final de Aves de Rapina, dizendo que suas personagens são ”nuances” e dizendo que o filme tem ”um lindo senso de lugar.”

”Mas no fim do dia,” ela adiciona, ”é sobre um grupo de mulheres divertido e poderoso se unindo. É uma viagem. É uma viagem louca.”

Sobre a experiência de trabalhar com Robbie como produtora, Kroll diz: ”Se ela não fosse uma atriz tão talentosa, e se ela decidisse que ela não quer mais trabalhar nisso, ela poderia ser uma produtora em tempo integral. Ela é realmente boa nisso.”

Kroll é apenas uma de muitas colegas que falam com admiração sobre Robbie. Roach elogia sua performance em O Escândalo. ”Ela é muito precisa, e ela trabalhou com a arte disso tudo. Assim que tudo está pronto, um tipo incrível de coração, espírito e alma ficam no topo da arte,” ele diz. ”É realmente maravilhoso experienciar isso. Tive muita, muita sorte de estar no set.”

No final de O Escândalo, a Megyn Kelly de Theron, procurando por possíveis vítimas de Ailes, aborda Kayla. ”Você deveria denunciar o Roger,” ela diz. ”Você vai ser protegida.” A cena tem uma reviravolta quando Kayla, quem Megyn acha que será grata, a acusa de cumplicidade em vez disso. ”Você pensou no que o seu silêncio iria significar para nós? O resto de nós?” Kayla pergunta, engolindo sua raiva e mágoa.

Robbie pensou muito sobre como Kayla iria se sentir naquele momento, balanceando o quanto ela idolatra Megyn contra seu senso de traição. ”Eu queria que tivesse um calor por trás disso. Eu queria que a acusação por trás fosse real,” ela diz. Roach ficou surpreso sobre como a cena saiu. ”Ela teve uma reação muito emotiva, e se desculpou depois: ‘Eu fiquei envolvida.’ E eu disse, ‘Isso foi incrível.’ Tentamos algumas tomadas menos emocionais, mas não foram tão poderosas.”

”Eu acho que foram apenas suas emoções saindo de um jeito inesperado. E foi muito divertido interpretar com a Charlize,” Robbie diz.

Kayla – que diz coisas como ”A Fox é a nossa religião!” – poderia ter sido caricata. Mas não nas mãos de Robbie.

”Eu acho que a performance dela nesse filme é uma performance muito rara,” Theron diz. ”Eu já vi o filme umas 50 vezes até agora, se não mais, e ela me emociona todas as vezes. É ridículo – e eu sou morta por dentro! E ela me emociona toda p*rra de vez.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil