
O Gotham Awards estreou nesta segunda-feira (27) uma nova categoria, a Global Icon & Creator, e o filme escolhido para receber a homenagem foi Barbie! Margot Robbie esteve presente na premiação com o marido e produtor Tom Ackerley, a diretora Greta Gerwig e o roteirista Noah Baumbach. A atriz Laura Dern ficou encarregada da homenagem para as criadoras do maior filme do ano. Confira:

Margot Robbie apresentou, em vídeo, a Casa dos Sonhos da Barbie usada no filme de Greta Gerwig para o site Architectural Design e abaixo você confere o vídeo com legendas em português:

Margot Robbie foi uma das capas da edição anual da revista W que lista as melhores performances de 2022. Na entrevista, ela fala sobre Babilônia, sobre não se identificar com seu signo e mais. Leia:
O estrelato, aquela mágica difícil de definir possuída por poucos humanos, é algo que Margot Robbie tem em abundância. Em Babilônia, ela canalize cada pitada disso em sua interpretação de Nellie LaRoy, uma atriz de filmes mudos no meio de uma era desordenada e decadente de Hollywood. Nesta entrevista, Robbie fala sobre como se conectou com o papel — e como se sente desconectada de seu signo astrológico.
Como Babilônia apareceu na sua vida?
Quando recebi o roteiro, senti que tinha que fazê-lo. Nunca me senti assim antes. Eu estava frenética, em um momento até sugeri ir até a casa do diretor. Quando eventualmente nos encontramos, eu disse: “Eu tenho que interpretar essa personagem, ela é minha.”Você conhecia muito da era silenciosa de Hollywood que é apresentada no filme?
Não havia assistido muitos filmes mudos. Os do Charlie Chaplin, é claro, vi clipes. Mas os filmes mudos são incríveis. E o Damien [Chazelle, roteirista e diretor] é o maior defensor da era silenciosa porque ele é um grande cinéfilo. Ele já assistiu tudo e pode te indicar os melhores. O primeiro ganhador de Melhor Filme no Oscar em 1927 foi um filme chamado Asas, Clara Bow estrela, e é uma obra prima. Tipo, é melhor do que 90% dos filmes que já vi na vida.Sua personagem, Nellie LaRoy, lembra Clara Bow, a estrela de cinema mudo que era um tanto selvagem.
Interpretar uma maluca não é difícil para mim. [Risos] Na época, na década de 1920, havia mais cocaína em Los Angeles do que hoje em dia. Pessoas de 30 anos estavam no comando dos estúdios e as de 20 estavam se tornando milionárias. Não tinha regras — era uma indústria completamente nova e nada era regulado. Elas se divertiam muito, tinha muitas festas. Nellie está no meio desse mundo. E ela não usa muitas roupas! Um dos principais figurinos que uso no filme é um macacão sem sutiã, blusa, nada — e ninguém ama mais se vestir do que eu. Sempre que faço uma festa, meus amigos dizem: “Qual o tema? Vamos ter que nos fantasiar, não é?” No ano passado, minha festa de aniversário foi com o tema Love Island, o reality show. Todos tinham que se vestir como participantes. Houve muitos bronzeados artificiais, apliques de cabelo e unhas de acrílico.Você se lembra do seu primeiro beijo em cena?
Não me lembro… mas em Babilônia, a Nellie beija muitas pessoas. Eu improvisei um beijo que não estava no roteiro. Estávamos fazendo uma cena de festa e a Nellie vai até o personagem do Brad [Pitt] e da Katherine [Waterston], e eu pensei: “Foda-se. Vou beijá-los e ver o que acontece.” Eles ficaram um pouco chocados. Não sei se está no filme.Está no filme. Você já ficou impressionada com alguma celebridade?
Sim, é claro. Acho que consigo esconder bem. Mesmo quando já trabalhei com alguém antes, ainda fico: “Uau, é o Brad Pitt. Que incrível.”Você já entrou de penetra em alguma festa, assim como a Nellie?
Ah, em várias festas. Já entrei de penetra em um casamento uma vez, só para ver como seria. Me diverti muito.Qual seu signo?
Sou de Câncer. Mas não me identifico muito, para ser honesta. Tudo que ouço sobre o signo não parece em nada comigo: são muito sensíveis, demonstram muita emoção e são muito caseiros. Eu odeio ficar em casa, não sou muito sensível e nem emotiva. Já chequei várias vezes meus ascendentes e tudo isso, é tudo Câncer. Acho que sou, tipo, triplo Câncer. Até chequei com a minha mãe se ela não me registrou na data errada, o que a ofendeu muito. Acho que sou mais de Gêmeos, talvez.

Para a entrevista anual da Variety em que os atores entrevistam outros colegas de profissão, Margot Robbie se sentou para uma conversa com Carey Mulligan. As duas falam sobre seus respectivos filmes, Babilônia e Ela Disse, sobre Bela Vingança, filme protagonizado por Carey e produzido por Margot, Barbie e muito mais. Confira a entrevista na íntegra e a transcrição traduzida abaixo:
CAREY MULLIGAN: Tenho muitas perguntas sobre Babilônia. Na verdade, eu terminei Maestro agorinha e estava conversando com Steve Morrow, do som, e ele disse: “Eu trabalhei em Babilônia. É incrível.”
MARGOT ROBBIE: É maluco! Quando eu li o roteiro, pensei que era como se La Dolce Vita e O Lobo de Wall Street tivessem um bebê — eu amei! Mas também pensei: “Podemos mostrar isso? Podemos mostrar aquilo?” Há tantas cenas em que pensei a) não tenho ideia de como farei isso e b) como vamos nos safar?
MULLIGAN: O quanto o roteiro está próximo do corte final?
ROBBIE: Bem perto. Como é o caso com muitos roteiristas que também são diretores, Damien não está entendendo o filme conforme edita, ele tem uma visão. E porque ele tem tanto talento musical, acho que o ritmo do filme era evidente nas páginas, então traduziu muito bem.
MULLIGAN: A música é tão incrível. Eu assisti com a minha mãe e ela…
ROBBIE: O que ela achou? Ai, meu Deus.
MULLIGAN: É um filme divertido para se ver com a mãe.
ROBBIE: Todo mundo deveria ver Babilônia com os pais. Não vai ser nada estranho.
MULLIGAN: Anos atrás, eu levei minha mãe e meu namorado de dois meses, agora meu marido, para assistir Shame. É, foi pesado.
ROBBIE: Um bom jeito de quebrar o gelo.
MULLIGAN: Mas, não, ela amou Babilônia. Então, a primeira grande sequência é uma festa gigante com um elefante. O quanto do elefante era real? Não destrua o cinema para mim.
ROBBIE: O elefante não era real.
MULLIGAN: Explicando, a sequência inicial é uma festa enorme, devassa e maluca. E muitas pessoas usam roupas bem pequenas ou até mesmo nada.
ROBBIE: É basicamente uma festa/orgia. Meio que vira uma orgia.
MULLIGAN: É porgia! Então, quem são esses figurantes? Porque são dançarinos incríveis.
ROBBIE: Muitos dançarinos. Também pedi para alguns amigos participarem porque era importante ter a atmosfera de festa durante o filme inteiro. Eles sempre estavam no meu trailer. O intervalo era como uma festa contínua. Pensei que precisava disso para a Nellie, precisava que ela nunca tivesse um minuto de silêncio para nunca se recompor.Mas, é, falando sobre entrar no personagem, podemos por favor falar sobre você e esse filme, Ela Disse? Fiquei impressionada quando terminei de assistir. Fiquei relembrando momentos diferentes do filme na minha cabeça. Eu pensei: “Estou tão animada, vou ver o filme da Carey!” Mas não penso em você como atriz quando estou te assistindo, penso em você como um ser humano verdadeiro. Você traz tanta humanidade, é como se não estivesse atuando. Exceto quando você faz essas cenas malucas de choro ou grita com algum cara no bar, aí eu penso: “Ela está atuando pra caramba, mas não parece.” Fiquei muito impressionada.
MULLIGAN: Ah, amiga, obrigada. Quando eu li o roteiro, ainda estava divulgando Bela Vingança, que você produziu. Você estava por trás das câmeras.
ROBBIE: Você era nossa gloriosa estrela. É estranha, a relação.
MULLIGAN: E, é claro, estamos falando de coisas bem sensíveis em Ela Disse. Nosso filme, Bela Vingança, era uma fantasia com base em coisas que sabemos e vivemos, mas não era real, não estávamos falando sobre o depoimento verdadeiro de alguém. Mas Megan Twohey e Jodi Kantor são bem reais, estão bem vivas, ainda trabalham e são jornalistas incríveis, talentosas e formidáveis. E a história que elas escreveram é um material bem carregado. É uma responsabilidade a mais. E eu fiquei fascinada com a Megan — quem ela é e como o cérebro dela funciona.
ROBBIE: Ela parece durona. O que ela fez é insano.
MULLIGAN: É incrível. É o trabalho que fizeram desenvolvendo esses relacionamentos com as sobreviventes que eventualmente testemunharam — de modo oficial ou não — pareceu tipo, nossa, esse grupo de mulheres fez algo heroico mesmo. Eu tenho descrevido para meus filhos porque estão vendo vários anúncios. Eles perguntam: “O que é Ela Disse?” E eu respondo: “Podemos assistir quando vocês tiverem 40 anos, mas é sobre umas mulheres que estavam sofrendo bullying feito por um homem. E isso aconteceu por muito tempo. Era muito injusto, então elas decidiram tomar uma atitude. Elas se juntaram e o enfrentaram. Ele foi responsabilizado.”
ROBBIE: É um jeito incrível de explicar.
MULLIGAN: Eu apenas pensei: “É isso.” Mais exemplos assim, por favor. Mais exemplos de como mulheres podem se juntar e serem muito fortes.
ROBBIE: E você conversou com a Megan?
MULLIGAN: Bastante, na verdade. Fizemos muitas chamadas no Zoom e me mudei para Nova York com a minha família, então nos encontramos muito com as crianças. Megan foi muito solícita. Ela foi muito honesta sobre sua experiência com a depressão pós-parto e muitas coisas que aconteceram em sua vida doméstica.
ROBBIE: Lembro-me de quando fui até você para interpretar a Cassandra em Bela Vingança. Pensei: “Nunca vamos conseguir a Carey Mulligan.” E paguei a língua. Já disse isso antes, mas tenho você como a Meryl Streep neste ar rarefeito de atores de prestígio. E eu queria ver uma atriz de prestígio usando vestido apertadinho, com o rímel escorrendo pelo rosto e bêbada em um bar.
MULLIGAN: Meu sonho era que um dos figurinos dela se tornasse uma fantasia de Halloween para as mulheres… E aconteceu.
ROBBIE: Sempre pensei que eu realmente chegaria no auge quando um rapper de verdade usasse meu nome em um rap.
MULLIGAN: Deve ter acontecido.
ROBBIE: Na verdade, foi o Jack Harlow. Fiquei muito animada. Todos os meus amigos me enviaram dizendo: “Aconteceu. Você chegou no auge.”
MULLIGAN: Eu quero perguntar sobre Barbie. Ainda não conheci Greta Gerwig de maneira apropriada. Ela é a melhor — digo isso de vista. Mas ela fazendo com você e com o Ryan Gosling, minha nossa.
ROBBIE: É verdade, você trabalhou com…
MULLIGAN: Trabalhei com o Ryan em Drive.
ROBBIE: Ele não é o ser humano mais glorioso do mundo?
MULLIGAN: O homem mais doce e gentil do mundo e um ator incrível. Vocês dois fazendo Barbie com a Greta é tão engraçado.
ROBBIE: Vi muitas semelhanças entre a Greta e o Damien. Eles faziam as mesmas referências. Os dois amam Os Guarda-Chuvas do Amor. Digo, vários diretores amam, mas estranhamente peguei os dois fazendo as mesmas referências. E perguntei se eles já haviam conversado antes e Greta disse que eles nunca se conheceram.
MULLIGAN: Foi uma reviravolta surpreendente para a Greta.
ROBBIE: Estive trabalhando no filme por uns quatro ou cinco anos — é um projeto da LuckyChap. E fomos atrás da Greta. Existiam talvez três pessoas com quem eu gostaria de fazer um filme da Barbie, então se ela dissesse não… Que bom que ela aceitou. Ela é brilhante.
MULLIGAN: Vocês construíram casas dos sonhos gigantes no filme?
ROBBIE: As casas dos sonhos? Vocês vão ver algumas. E será tudo o que sempre sonharam.