Margot participou do podcast Awards Chatter, do The Hollywood Reporter, essa semana e falou sobre toda sua carreira e quando decidiu que queria se tornar produtora. O episódio está disponível no iTunes de graça e separamos algumas partes da entrevista abaixo:

Sobre Neighbours: “Eu estava em Melbourne e ligava todo dia para a agência e nunca me passavam para a outra linha, até que um dia devia ser outra pessoa na mesa e me passaram. Eu fiz um teste e achei que fui muito ruim. Eu estava economizando para fazer uma viagem de formatura para o Canadá e quando eu estava lá eu recebi a ligação dizendo que eu consegui o papel e que começava semana que vem. Eu fiquei, “Como assim começo semana que vem? Eu não estou no país!”

“Quando eu saí de Neighbours, eu lembro que pensei que nunca faria um trabalho tão difícil quanto esse novamente. Alguns dias você sentava na sua cadeira de maquiagem e então você tinha que decorar 60 páginas e você tinha 7 minutos para filmar uma cena de 4 minutos. Em filmes, você pode passar semanas filmando uma cena de 4 minutos. Você só tem três câmeras e o microfone mexe de acordo com as suas falas, e você não pode errar de posição ou ficará na luz de uma outra pessoa. Então foi um ótimo treinamento e você aprende muito.”

“Não existia essa separação entre os departamentos que vemos na América e na Inglaterra. Sem trailers ou camarins: Éramos 30 pessoas em uma sala com apenas dois sofás e passávamos 17 horas por dia lá. E não éramos tratados de forma diferente de nenhum outro membro da equipe. E eu fiquei chocada quando cheguei aqui e perguntavam, “Posso trazer algo para você?” e eu ficava, “Oh, eu costumava fazer o chá para todo mundo. Alguém vai fazer chá para mim? Isso é tão estranho!”

“Durante minha época em Neighbours, eu guardei dinheiro porque se eu ficasse desempregada por dois anos eu ainda teria como me manter aqui (nos Estados Unidos). Eu também fiz aula de variação linguística porque eu não conseguia fazer o sotaque americano de jeito nenhum! Eu tinha o sotaque australiano mais forte do mundo. Esse sotaque agora? É bem menos! Quando eu estava na série, a personagem era obviamente australiana, mas eles contrataram um professor porque eu soava australiana demais.”

Sobre Pan Am: “Eu fiz um teste para a série de As Panteras e eu não consegui o papel, mas eles disseram, “Temos uma outra série da ABC chamada Pan Am e você seria melhor para essa, na verdade.”

“Estávamos filmando e no ar, simultaneamente, a partir do quinto episódio. Então os quatro primeiros episódios foram episódios brilhantes porque fizemos com calma. Quando fomos ao ar, tudo era ditado pelos números. Eles gastaram muito dinheiro, creio eu, em anúncios mas nos deram uma faixa de horário muito tarde no domingo e eu acho que estávamos contra o futebol. E não importa quantos anúncios você coloca na Times Square, as pessoas não vão apenas decidir que não gostam mais de futebol e vão ver Pan Am. Então eu acho que eles não conseguiram a audiência que queriam baseado nos anúncios. O número de gravações no entanto era enorme. Muitas pessoas não viam no domingo e colocavam para gravar e ver na segunda, mas isso não dava dinheiro para o canal.”

“Mais tarde eles tornaram a série em algo mais como Desperate Housewives e não era sobre isso. Ficou mais parecido com novela, e todos sabem que eu amo novela, mas isso não estava certo para a série. Então, acabou se tornando algo diferente do que fomos contratadas para fazer, mas mesmo assim foi um dos melhores anos da minha vida.”

Sobre O Lobo de Wall Street: “Eu fiz um teste por vídeo porque todos fizeram um teste por vídeo para esse filme. Eu lembro de ler o roteiro e falar que não gostava da personagem e meus agentes falaram, “Não importa, é para um filme do Scorsese. A gente não espera que você consiga.” A minha missão era apenas impressionar a diretora de elenco porque eu não me identificava com a personagem. Eu fiz o vídeo e enviei, então eu recebi uma ligação enquanto estava em um vôo para a mesa de leitura de Questão de Tempo dizendo que o vídeo foi enviado diretamente para o Martin Scorsese e que ele queria fazer um teste pessoalmente comigo e com o Leo.”

“Estávamos fazendo três cenas. Na primeira, eu estava sendo fiel ao roteiro e o Leo estava improvisando, e eu não sabia o que fazer porque nunca tinha improvisado. Na segunda, era uma cena de briga e comecei a improvisar com o Leo, gritando e xingando, e ele não perde uma. A briga terminou com uma fala do roteiro, onde ele falava, “Agora venha aqui e me beije!” E ao invés de beijá-lo eu apenas dei um tapa bem forte no seu rosto. Então eu congelei e pensei, “Eu acabei de bater no Leonardo DiCaprio, eles vão me prender por assédio e eu nunca vou trabalhar de novo.” E ele começou a rir junto com Martin e pediu para eu repetir o tapa tão forte quanto antes.”

“Antes de assinar o contrato para o filme, tive que assinar uma cláusula de nudez e isso me fez parar e pensar se era o que eu queria fazer. Marty disse para fazer o que me deixava confortável, eu podia usar um roupão, mas foi minha decisão ficar nua porque não é algo que a Duquesa faria. Sua sexualidade é a sua unidade monetária nesse mundo. E eu nunca vou me arrepender de ter feito isso, apesar das fotos serem tiradas de contexto e de nunca pararem de me marcar no Instagram. Quem liga se eu vejo as fotos? Eu sei como eu sou nua, mas meus professores, minha família, eu tive que avaliar como isso afetava eles de um jeito negativo.”

Sobre as filmagens de Focus: “Estávamos filmando em Buenos Aires e uma noite eu lembro de falar com o Will se ele queria tomar sorvete com a gente, e ele disse que não. Eu falei, “Você não gosta de sorvete?” E ele, “Eu não posso, mas vão vocês.” “Will, você não precisa sair com seguranças o tempo todo. Ninguém vai ligar se você colocar um óculos escuro e ir tomar sorvete no final da rua.” E ele, “Quer saber, Margot? Você provavelmente sabe mais do que eu. Vamos tomar o sorvete!” E assim que saímos do hotel, umas 50 pessoas se aglomeraram e seu segurança teve que intervir e eu me senti muito mal, mas ele não ligou, ele é super legal com tudo.”

Sobre a diferença entre seus personagens: “Eu nunca quero interpretar o mesmo personagem todas as vezes, então eu sempre escolho personagens que são bem diferentes de qualquer outro que já interpretei. Eu acho que nunca vou crescer como atriz e melhorar no meu trabalho se eu ficar na minha zona de conforto. Eu não quero fazer um anúncio do tipo, “Hey, você não pode me estereotipar,” não é nada disso, eu só quero ser melhor como atriz e não posso fazer isso na minha zona de conforto.”

Sobre sua produtora: “Quando eu estava trabalhando em Suíte Francesa, eu conheci dois dos meus melhores amigos e eles me disseram que queriam produzir um dia. Eu contei a eles que queria escrever e dirigir e que deveríamos fazer algo juntos, mas essa conversa nunca veio a tona até dois anos atrás. Um amigo nosso escreveu um roteiro mas não estavam indo pela direção certa, então falamos, “Cara, nós vamos fazer. Por que não?” Então nos juntamos com a minha assistente e melhor amiga, Sophie, e criamos um nome e produzimos esse filme chamado Terminal, onde eu também atuo. Esse foi nosso primeiro filme, mas vai estrear depois de I, Tonya. Estamos crescendo agora, criamos um departamento de TV que já tem alguns projetos.”

Sobre Suicide Squad: “Harley foi um presente. Quando eu assinei o contrato, não havia roteiro, só eu estava no projeto e eu não era familiar com os quadrinhos. Tudo o que tinha no projeto era David Ayer e isso foi o bastante para mim. Nós nos encontramos por Skype e ele descreveu duas cenas para mim, uma entrou no filme e outra não filmamos. Eu tinha outra oferta de um papel principal em um grande filme, mas eu desisti porque tinha um bom sentimento sobre esse. E eu amo a Harley, ela é muito divertida! E o fato de que eu posso continuar interpretando-a, eu espero, só torna isso melhor.”

Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil