Margot Robbie assim como todos nós não conseguiu deixar pra lá o relacionamento de Kayla e Jess em O Escândalo. Então, ela começou a mapear finais para sua personagem e contou para a Variety como eles seriam. Confira:

Para se preparar para um papel, Margot Robbie conta para a Variety que ela mergulha de cabeça nas pesquisas. No caso de sua personagem em O Escândalo, Kayla Pospsil, Robbie trabalhou no sotaque da Flórida, estudou os programas da Fox que ela assistiria, e criou uma conta no Twitter para seguir mulheres conservadoras. Ela trabalhou com um professor de atuação para traçar a jornada emocional de Kayla e um professor de movimentos para criar sua fisicalidade. E valeu a pena: Robbie foi indicada ao Golden Globes na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e também no Screen Actors Guild Awards.

Ainda assim, Kayla era uma quebra cabeça para Robbie. Mais do que tudo sobre ela, Robbie tentou entender a sexualidade fluida da personagem para que ela pudesse comunicar de forma crível a fala ”Oh, eu não sou lésbica!” logo após fazer sexo com uma mulher. No começo de O Escândalo, Kayla fica com Jess (Kate McKinnon), também produtora de Bill O’Reilly que é uma lésbica no armário – e, mais condenatório na Fox News – uma apoiadora secreta da Hillary Clinton.

”Ela acabou de dormir com uma mulher!” Robbie diz sobre a negação de Kayla, vinda diretamente da cama de Jess. ”Eu queria entregar essa fala de forma completamente verdadeira, sem ser irônica ou sarcástica.”

Jess protege Kayla no The O’Reilly Factor depois que a jovem produtora encontra a fúria de O’Reilly em sua primeira reunião. ”Você precisa adotar a mentalidade de um policial de rua irlandês,” Jess diz para Kayla. ”O mundo é um lugar ruim. As pessoas são idiotas preguiçosas. Minorias são criminosos. Sexo é doentio, mas interessante.”

O manta do O’Reilly, Jess diz que é: ”Amedrontar, excitar. Amedrontar, excitar. Amedrontar, excitar.”

Elas transam após ficarem bêbadas em um bar, quando Kayla nota o pôster da Hillary Clinton de Jess. ”Meus pais ficariam horrorizados se eu levasse uma democrata para casa,” Kayla diz.

Logo após essa cena – que não seria fora de lugar em uma comédia romântica – Roger Ailes (John Lithgow) começa a assediar e abusar sexualmente de Kayla, e o foco de O Escândalo começa a escurecer, mudando para a queda lenta de Ailes. Mas para uma investigadora obsessiva como Robbie, a questão sem resposta sobre a sexualidade da Kayla, esse ”grande aspecto de sua história e jornada emocional que fica sem ser resolvido – eu não consegui deixar pra lá.”

Ela começou a mapear o resto da vida da Kayla. Já que Robbie e McKinnon se deram bem imediatamente, Robbie diz que quando pensa sobre o que pode ter acontecido na vida da Kayla depois que os eventos de O Escândalo se concluem, uma das possibilidades é divertida: ”Eu secretamente quero um spinoff onde Kayla e Jess fazem uma viagem de carro com suas visões políticas opostas e seu romance no início.”

No entanto, mais realisticamente, ela vê a Kayla como alguém que “separa” sua atração por mulheres. ”E ela não vai reconhecer isso até que ela tenha uns 60 anos,” Robbie diz. De acordo com ela, Kayla irá casar com vários homens e terá filhos. Mas ela tem uma imagem clara em sua mente da ”mulher pela qual ela os deixa.”

Robbie diz que ela contou ao diretor Jay Roach que ficar com uma mulher será o final de Kayla.

”Sim! Jay provavelmente ficou um pouco surpreso, mas se divertiu com isso, tenho certeza,” Robbie diz. ”Eu fiquei tipo, ‘Eu sei que isso não aparece no filme, eu só preciso saber o que acontece com a Kayla.’”
”Um personagem sempre começa como uma frase na página,” Robbie continua. ”E então no final, ela se torna uma pessoa tão real para mim.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil