Durante a premiere de Goodbye Christopher Robin, na noite de ontem em Nova York, Margot falou sobre o caso do produtor Harvey Weinstein que foi acusado por abuso sexual por muitas mulheres, incluindo sua amiga Cara Delevingne. Confira o que a Margot falou sobre a polêmica:

Margot Robbie não tem medo de apoiar sua amiga e co-estrela em Esquadrão Suicida, Cara Delevingne, após a atriz e modelo apresentar alegações de abuso sexual por Harvey Weinstein na quarta feira.

“Cara é uma querida amiga e eu já sabia que ela era uma mulher feroz e corajosa. Hoje isso foi comprovado novamente,” Robbie contou à jornalista do ET, Nischelle Turner, durante a premiere de seu novo filme, Goodbye Christopher Robin.

“Eu acho que a situação inteira é muito perturbadora e triste, mas eu espero que saia algo bom da conversa ao redor dela,” ela continuou. “O fato de que essa conversa é tão prevalente e tantas mulheres estão apresentando suas histórias corajosamente, eu acho que a cultura precisa mudar. Isso não pode mais ser ignorado.”

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot está em mais uma capa de revista! Dessa vez a atriz aparece na capa da edição de novembro da revista W e você já pode conferir as fotos e entrevista traduzida:

Quando Margot Robbie leu o roteiro de I, Tonya, uma biografia sobre a famosa patinadora Tonya Harding, ela achou que a história era completamente ficção. “Eu pensei que o roteirista era muito estranho e louco para criar algo assim,” ela me disse, ainda parecendo um pouco atordoada com os giros fora do comum na vida de Harding. (em 1994, a patinadora foi famosamente envolvida em uma conspiração para machucar sua inimiga Nancy Kerrigan após um homem a atacar com um bastão.) Estávamos na locação para a sessão de fotos da W em Snug Harbor, um lugar isolado em Staten Island fundado em 1800 como um refúgio para os velhos marinheiros. Havia algo degradado e pobre sobre o cenário, mas Robbie, que tem 27 anos, é uma menina brilhante: Com cabelos loiros e jeito envolvente, ela não consegue não brilhar.

É por isso que é tão extraordinário que Robbie conseguiu sumir completamente na personalidade obscura de Harding. Uma caipira de Oregon, Harding era o oposto das patinadoras tradicionais. Ela era bruta e espalhafatosa, e sua patinação era poderosa e atlética ao invés de graciosa e em forma de ballet. O ex marido de Harding, Jeff Gillooly, e seu segurança, Shawn Eckardt, foram acusados de conspiração criminal para cometer agressão. Enquanto Kerrigan se recuperava de seus ferimentos a tempo de competir nas Olimpíadas de 94, o incidente empurrava Harding para a fama nos tablóides e acabava com sua carreira de patinadora.

“Eu tinha quatro anos e estava morando na Austrália na época,” Robbie disse. “A notícia chegou até lá, mas eu não fiquei sabendo.”

Impactada com o roteiro, Robbie imediatamente concordou em estrelar e produzir o filme, apesar do fato de nunca ter patinado em sua vida. “Eu treinei durante quatro meses, cinco dias por semana, quatro horas por dia,” ela lembra. “Na véspera de Natal, eu estava no rinque. E agora eu sinto falta. Eu guardei meus patins, mas eu disse adeus para um mundo de dor que eu não sabia que vinha junto com a patinação.”

Robbie não somente tinha que ser convincente no gelo, ela também tinha que assumir o desafio mais difícil que era o sotaque e o físico de Harding. “Assim que eu colocava a peruca, que alterava a minha raíz, e descoloria minhas sobrancelhas, eu começava a ver a Tonya,” Robbie disse. “A parte mais difícil foi perder minha risada natural. Eu precisava ter a risada de Tonya. Eu não conseguia fazer um axel triplo como a Tonya, mas eu conseguia fazer sua risada como ninguém.”

A vida de Harding, por sua conta, foi violenta: No filme, sua mãe (interpretada brilhantemente por Allison Janney) abusava dela fisicamente, assim como Gillooly (interpretado por Sebastian Stan). “Eu estava preocupada que depois de algumas cenas de briga a gente perderia o público,” Robbie me contou. “Quando exibimos o filme no Toronto International Film Festival, todo mundo arfou quando Gillooly bateu nela. Mas seis minutos depois, ele fez algo gentil, e fizeram ‘Ahhh!'”

Robbie fez uma pausa. “Isso foi interessante para mim, e explica algo sobre a natureza traiçoeira da violência doméstica: O público o perdoou tão rápido. Então, como você pode culpar a Tonya por voltar para ele?”

Antes das filmagens começarem, Robbie e seu diretor, Craig Gillespie, foram até Portland, Oregon, para conhecer Harding pessoalmente. “Eu queria ter uma diferença clara entre a Tonya “verdadeira” e a que eu iria interpretar,” Robbie explicou, adicionando que ela já tinha feito sua cabeça sobre como ela abordaria a personagem. “Eu não queria suavizá-la,” ela disse. Eu perguntei Robbie se ela acredita que Harding é inocente ou não. “No começo, eu não tinha certeza. Algumas coisas não encaixavam. Os fatos estavam confusos.” Ela sorriu. “Mas quanto mais eu me tornava Tonya, mais eu via as coisas pelo ponto de vista dela. Eu estou 100% do lado dela. Eu não acho que ela fez nada mais do que ser diferente do que o mundo queria. Existem pessoas desajustadas legais, e então existe a Tonya. Ela não se encaixava. E eu amo isso.”

Lynn Hirschberg: Tonya Harding virou boxeadora. Você teve que aprender esse esporte também?
Não. Eu já tinha feito muitos treinamentos de boxe para interpretar Harley Quinn em Esquadrão Suicida. Então o boxe não era um problema. Eu fiz muitas cenas de ação naquele filme, e eu pensei, eu posso pegar as coisas bem rápido com o treinamento certo – essa coisa de patinação vai ser moleza. Eu não sabia que era tão difícil. Não tem nenhum acolchoamento quando você cai no gelo. Nossa coreógrafa nunca era compreensiva. Quando eu caia, ela ficava, “Anda, levanta. Vamos!” Uma vez eu caí muito feio, e ela disse, “Essa foi uma queda real de patinadora, você pode descansar um minuto.” Eu fiquei muito orgulhosa, com lágrimas escorrendo no meu rosto.

Você gostou de usar as roupas bregas de patinação da Tonya?
Nós replicamos cada uma delas. Muitas pessoas sentem nostalgia da época de Tonya Harding. Ela costurava seus próprios trajes! E durante as filmagens, eu costurei o laço no meu traje. Nós tínhamos todas as filmagens, não poderíamos inventar essas coisas. Em uma entrevista, a mãe de Tonya, LaVona, usou um casaco de pele com um passarinho de verdade em seu ombro. Se tivéssemos tido essa ideia, as pessoas ficariam, “Isso é ridículo.” Mas é o que eles realmente usaram.

Você saiu no Halloween passado? Você viu todas as Harley Quinns?”
Sim! Muitos dos meus amigos se vestiram de Harley Quinn no Halloween. Quando eles começaram a me mandar mensagens, “O que estava escrito na tatuagem da sua coxa direita?” Eu pensei que eles estavam me zoando. Eu fiquei tipo, “Ha, ha.” Mas eles responderam, “Não, sério, nós vamos nos vestir de Harley no Halloween!” E muitos meninos se vestiram como ela também, o que foi a minha parte favorita. Todo Halloween eu me visto de personagem masculino porque eles sempre são os mais divertidos. Desde a primeira vez, eu nunca entendi as fantasias sexy. Eu saí de Jason de Sexta Feira 13, com o macacão e machete. Eu estava em Nova York neste ano e estava nevando. Eu pensei, “Com certeza, todos vão estar cobertos.” Mas todas as mulheres estavam de lingerie. Minha fantasia favorita, na verdade, foi o personagem do James Franco em Spring Breakers. Eu fiz tranças no cabelo, coloquei uma blusa havaiana e prótese dourada nos meus dentes. Eu arrasei! Eu sempre me vesti de personagens masculinos, então pensar que os meninos agora estão se vestindo de Harley porque ela é a mais legal e mais louca, é muito incrível.

Você tem outro filme, Goodbye Christopher Robin, sobre A.A. Milne, o criador de Ursinho Pooh. Você é bem mais vilã nesse filme do que em I, Tonya.
Minha personagem em Christopher Robin não é para ser vilã, mas ela tem umas qualidades menos resgatáveis. Eu interpreto a mãe de Christopher, Daphne Milne, uma mulher muito glamurosa e aristocrata de 1930. Se ela estivesse viva atualmente, ela estaria trabalhando com moda. Uma CEO em alguma grife ou algo assim. Ela tem muita energia. Mas naquela época, ela era esposa de um escritor. Então ela mantinha seu marido na linha, e eles construíram esse império de O Ursinho Pooh. Sem perceber, ela acaba arruinando a infância de seu filho.

Daphne e Tonya não poderiam ser mais diferentes!
Eu entendo as duas, mas eu sinto mais falta da Tonya. Alguns personagens, como a Daphne, eu posso me soltar facilmente. Mas Tonya não. Ainda não terminei com ela. Eu acho difícil deixá-la ir.

Fonte | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil

Margot foi convidada do programa The Graham Norton Show nessa sexta feira (29) ao lado de Harrison Ford, Ryan Gosling e Reese Witherspoon e em um momento o apresentador, Graham Norton, pediu para Margot tatuar um fã com os “toemojis” que a atriz tatuou nela mesma e em sua amiga Cara Delevingne no set de Esquadrão Suicida. Confira o vídeo:

Margot é capa da edição de outono da revista Wonderland e abaixo vocês podem conferir a entrevista traduzida, onde ela fala sobre Goodbye Christopher Robin e I, Tonya e mais:

Margot Robbie pode ser o tesouro nacional da Austrália e a mais famosa entre os ex-Neighbours (desculpa Kylie). A atriz e produtora não parou desde sua estreia no papel oposto a Leonardo Dicaprio em O Lobo de Wall Street. Naquela época, Robbie surgiu na consciência do público no papel de Naomi Lapaglia, a “loira mais gostosa do mundo”, pronunciando a fala imortal: “A mamãe está tão cansada de usar calcinhas”. Agora, com 27 anos recém completados, recém casada e com quatro filmes estreando esse ano, Robbie está em seu auge. Não foi uma partida fácil, apesar disso.

Em julho do ano passado, Vanity Fair publicou um artigo do jornalista Rich Cohen. Era uma entrevista com Robbie, a estrela de sua edição de agosto, acompanhado de uma sessão de fotos que parecia acentuar os paralelos já estabilizados entre a atriz e os mulherões de Hollywood do ano passado (biquínis brancos, chapéus grandes e piscinas marcando forte presença). As palavras de Cohen foram bastante antiquadas.

“Ela tem 26 anos e linda, não de um jeito de outro mundo ou de passarela, mas como uma dança lenta,” escreveu Cohen. “Ela é alta, mas somente com a ajuda de certos sapatos. Ela pode ser sexy e serena quando está nua mas somente em personagem.”

A dissecação de Cohen sobre a aparência de Robbie e achismos sinistros de como Robbie pode ser quando está nua, ou em particular, não passou despercebido pelos leitores. O público protestou contra o ocorrido – o artigo foi ridicularizado como “assustador” e “sexista” – e serviu como uma forte indicação de o quão amada Robbie é por seu público. Enquanto ela permaneceu calada, sua fã base felizmente protestou por ela (“Não mexa com os australianos”, ela respondeu bondosamente mais tarde).

É claro que Robbie é linda em um nível conto de fadas, mas em Hollywood a beleza é normal: é todo o resto sobre Robbie que é interessante. Até recentemente, a nativa de Gold Coast estava vivendo em um apartamento que ela compartilhava com seu marido Tom Ackerley e amigos de escola em Clapham. Era da distância de um passo de seu lugar preferido para se divertir – o famoso clube com carpete grudento Infernos. Ela come hambúrgueres, já bateu em Leonardo Dicaprio durante sua audição para O Lobo de Wall Street e usa sua conta no Instagram para zombar com os paparazzi que vivem seguindo seus rastros.

Ela não fala muito seriamente sobre sucos detox em entrevistas e está aberta para falar sobre o quanto gosta de seu marido, quem ela conheceu no set de Suite Francesa em 2013, o descrevendo para a Vogue como “o cara mais bonito de Londres. É a sua habilidade de ainda ser como “uma de nós” – livre de todas as aflições das arrogâncias e paranoia que constantemente belisca os dedos do pé dos novatos acolhidos nas asas de grandes estúdios – que a faz ser a atriz mais encantadora de Hollywood atualmente.

Antes da hora, eu recebo uma ligação. “Hey Nellie, é a Margot.” Eu congelo – ela saiu totalmente do código formal de ligação. Sua equipe entraria em contato comigo por email. Após se desculpar profundamente por ser domingo, ela explica que eu sou uma das muitas ligações que ela está fazendo hoje entre as filmagens de Mary Queen of Scots, onde ela está interpretando Elizabeth I para a Mary I de Saoirse Ronan. “Eu acabei de sair de uma ligação com a minha família em Oz,” ela diz.

“Tem sempre uma hora do dia onde eu vou estar ligando para o meu marido nos Estados Unidos, minha família na Austrália ou meus amigos aqui em Londres. Outro dia foi meu aniversário de 10 anos de colégio e todos os meus amigos em Oz fizeram FaceTime comigo durante a festa. Isso me deixou com saudades da escola! Eu constantemente checo o horário mundial no meu celular e penso ‘OK, quem está acordado agora? Quem eu posso ligar?”

Robbie é extremamente orgulhosa de sua mãe fisioterapeuta. “Foi uma infância incrível. Ela é a Superwoman. Agora que sou mais velha, eu penso, ‘Como você criou quatro filhos sozinha enquanto trabalhava seis dias por semana?'” A infância de Robbie foi mais difícil e instável do que mãos de jazz. “Atuação não era um sonho que alguém que vivia em Gold Coast e não conhecia ninguém da indústria do cinema costumava brincar.” Mas aos 17 anos, após alguns papéis em filmes independentes, Robbie fez um teste para interpretar a enérgica Donna Freedman. “Eu fiquei tipo, ‘Eu estou em Neighbours?'” Ela solta uma gargalhada. “Eu vou estar na TV e alguém vai me pagar para fazer isso?” Robbie dá uma rara pausa para respirar. “Aos 18 anos, as pessoas vinham até mim e ficavam, ‘Você é aquela menina de Neighbours! Você tem seis casas ou algo do tipo?’ Na realidade, eu estava morando em um apartamento minúsculo com uma geladeira e um colchão no chão.”

Robbie imensamente dá os créditos de seu sucesso para sua família e amigos. Sophia Kerr, a assistente pessoal de Robbie, também é sua melhor amiga, e Margot me garante que onde ela vai, ela leva seu coelho de pelúcia. “Um dos momentos raros que eu ficava sozinha com a minha mãe quando eu era criança, era na hora de dormir, com meu Ursinho Pooh e Tigrão. Ela fazia todas as vozes e eu achava a coisa mais engraçada do mundo.” Robbie explica que isso foi parte do que a atraiu para seu novo filme, Goodbye Christopher Robin, uma história sobre como A. A. Milne foi inspirado por seu próprio filho quando escreveu os contos de Pooh. Robbie entra graciosamente no personagem de Daphne, a esposa problemática e frívola de Milne, com sotaque sofisticado incluído. “Daphne não é agradável, mas ela é real.” Robbie nivela. “Eu pesquisei muito sobre as mulheres que ficavam em casa durante as duas guerras e eu li algo que falava ‘movimento constante diante do horror’, e é por isso que a fiz tão agitada. Daphne não é uma vilã. Ela é complexa, e às vezes faz escolhas ruins como mãe, mas eu abracei o desafio de evocar algum tipo de empatia por ela.”

O próximo papel de Robbie como a desonrada patinadora Tonya Harding pode ser o seu maior passo contra a simpatia constantemente atribuída a ela. O filme, dirigido por Craig Gillespie, é a história real de como o marido de Harding, Jeff Gillooly, quem famosamente contratou um capanga que fez uma tentativa falha de quebrar as pernas da maior rival de sua esposa, Nancy Kerrigan, durante as Olimpíadas de Inverno de 1994. Nancy ainda ganhou prata, e a envergonhada Harding ficou em oitavo lugar. Prévias de I, Tonya que circulam pela internet sugerem tons de Channing Tatum em Foxcatcher, onde o vimos fazer a transição de atleta para grande peso no filme independente. I, Tonya parece ser transformador para Robbie, provando mais uma vez que ela é maior do que o papel de “namorada”.

Robbie também atua como produtora no filme, por meio da Lucky Chap Entertainment, que ela fundou com seu marido e os amigos Josey McNamara e Kerr, mencionada anteriormente. Isso torna seu investimento no filme pessoal e financeiro; ela até pulou sua lua de mel para filmar. No set, “Tom e eu estávamos congelando, olhando um para o outro tipo, ‘oh meu Deus, algumas semanas atrás estávamos casando no sol da Austrália'”, ela lembra.

Então, por que passar por isso? “Eu li o roteiro e eu pensei que era genial. Eu também pensei que era ficção. Quando eu descobri que era uma história real, eu sabia que seria grande.” A voz de Robbie sobe uma oitava: seu ânimo sobre esse filme sendo óbvio. “Nós pensamos muito sobre acertar o tom para esse filme, e quando Craig Gillespie entrou como diretor, tudo ficou certo. Não havia ninguém melhor para o trabalho.” Enquanto entendemos que Robbie, que tinha quatro anos na época de escândalo de Tonya Harding, não reconheceu a história bizarra, o frenesi depois disso será algo que gerações mais velhas irão lembrar para sempre. Harding era seguida dia e noite durante os jogos; seus treinos em Portland eram vistos por vários espectadores, repórteres e equipes de filmagem. Uma velha imagem de uma sorridente Tonya ao lado de Nancy até foi parar na capa da revista TIME, que tinha a seguinte manchete: “Folia no Gelo: A Estranha Conspiração para Aleijar Nancy Kerrigan.”

Enquanto Gillooly cumpriu pena, Tonya foi declarada culpada como conspiradora do ataque e serviu três anos de condicional, 500 horas de serviço comunitário e fiança de 160 mil dólares. Uma autobiografia foi publicada em 2008 e, posteriormente, o casal vendeu um vídeo caseiro para a Penthouse. A história é tão estranha quanto trágica e cativante, e é prova da confiança de Robbie como produtora para fazer um projeto com uma posição tão fora do comum. Ela me diz que não se incomoda se a bilheteria for boa ou ruim, e que sua dedicação para o papel nunca vacilou, apesar do desafio de ir para uma pista de patinação gelada e dura toda manhã.

“Sarah Kawahara, que trabalhou com Nancy Kerrigan de verdade, estava me treinando. Antes disso, eu pensei que eu não era tão ruim na patinação – eu costumava jogar hockey no gelo. Em breve eu descobri que eu não estaria apenas correndo no gelo, e que não havia enchimento. Meu despertador tocava às 5:30 da manhã e eu queria chorar. Algumas vezes depois do treino eu voltava para o carro e chorava.”

Apesar disso, as roupas dos anos 80 provocaram um alívio. “Acontece que jeans de mãe e presilha de cabelo são muito confortáveis,” ela diz, também notando uma mudança no guarda roupa. “Quando eu estava interpretando a Naomi em O Lobo de Wall Street, tudo era muito sexy. Eu sabia de uma frase no roteiro que dizia que ela era ‘a loira mais gostosa do mundo’.” ela suspira. “Eu claramente não sou a loira mais gostosa do mundo.” Robbie fica séria por um momento. “Eu fiquei apavorada que as pessoas iam ver o filme e pensar ‘Eca! Ela não é tudo isso!’ Para I, Tonya, quanto mais feia eu ficava, mais as pessoas ficavam felizes. Ironicamente, Tonya não era feia, ela só estava danificada por essa história. Como Daphne, Tonya, certa ou errada, é humana.”

Seguindo seu papel como Tonya Harding, 2018 também será o ano que veremos Robbie ficar feia para Elizabeth I. Fotos de Margot nos bastidores sugerem que o departamento de figurino foi mais longe para conseguir autenticidade em Mary Queen of Scots do que qualquer outro filme dramático histórico. A peruca cacheada e ruiva de Robbie revela um couro cabeludo com entradas e careca. Ela também usa um nariz falso encaroçado. Para aqueles que só conseguem pensar que o talento e versatilidade de Margot como um pêndulo entre Naomi e Harley Quinn, no filme de grande bilheteria Suicide Squad, parece que ano que vem será a reavaliação de Robbie.

Nós falamos sobre como o foco é posto constantemente na aparência de suas personagens. “Me deixa frustrada quando eu trabalho tanto para construir os personagens, criando experiências de infância para eles que afetam o jeito que eles agem como adultos. Toda a leitura, todas as aulas de atuação, e então quando alguém critica o filme ou entrevista você, tudo o que eles focam é na estética. Você pensa, ‘Vai se f*der. Você tirou totalmente o crédito do trabalho que eu fiz e isso não é justo.”

Agora 10 anos em sua carreira de atriz, eu tenho a impressão de que uma balança entre privacidade e normalidade é algo que Robbie está tentando achar. Ela baniu celulares de seu casamento (“Foi a melhor decisão do mundo.”) e ainda consegue aproveitar sidras no parque apesar dos paparazzi. “Ontem eu fui visitar um amigo no hospital. Eu pego o metrô sozinha toda vez, e sim, talvez alguém percebe e tira uma foto quando não estou olhando e depois eu acho na internet e é estranho, mas eu prefiro ter esse momento e ainda ter pego o metrô naquele dia.”

Talvez seja por isso que Robbie está aproveitando o escapismo de entrar em tantos papéis inesperados. A anti matriarca Daphne, a excluída socialmente Tonya e a Elizabeth I de nariz curvado e marcado por sinais – seus papéis estão se tornando cada vez mais diversos. Talvez seja parte da razão pela qual a atriz está produzindo também. Eu a pergunto sobre onde ela quer estar em 10 anos, e ela não perde tempo: “Dirigindo, produzindo e vivendo em uma casa na árvore.”

É fácil ficar fascinado pela beleza de Robbie, como Cohen claramente ficou, mas por trás de toda a beleza, parece que ela está passando por uma transformação mais profunda – de atriz para produtora com uma busca séria por arte. Ela muda de forma tanto na tela quanto fora. Uma estrela de Hollywood, produtora, verdadeira humana, que vai para casa, troca essa pele, amarra o cabelo com um prendedor e, como o resto de nós, veste o moletom.

Fonte: @margotrobbve | Tradução & Adaptação: Equipe Margot Robbie Brasil